domingo, 24 novembro, 2024

Entrevista com Tiago do Novo Cinema Marginal

O “Novo Cinema Marginal” é um Coletivo Audiovisual, de Mesquita, Rio de Janeiro, que vem fazendo intervenções culturais dentro e fora da Baixada Fluminense, produziu o filme “Tambores e Metais, é hora de verdejar”, documentário que traz um olhar diferenciado sobre o Complexo do Alemão, onde se vê a luta pela preservação de um lago que nasceu da exploração gananciosa de uma pedreira.

O MC Marcão, de Mesquita, esteve presente na exibição e lançamento do documentário, no Centro Cultural Banco do Brasil, onde também foram apresentadas outras obras e entrevistou Tiago Araújo, diretor geral do Coletivo:

A ENTREVISTA ABAIXO FOI CEDIDA PELO BLOG MAIS DE MARCUS
(
http://maisdemarcus.blogspot.com/)

Marcão: O que é o NCM? E qual é o seu objetivo?
Tiago: Uma ideologia política e artística que se fundamenta nas questões afro-centradas, ambientais e sociais. Nosso objetivo é dar visibilidade a todas as pessoas que possuem um trabalho, ou apenas com o ideal de transformação artística e cultural. A nossa missão é manter as bases com os mais velhos e fazer um elo com os mais novos, e vice-versa.

Atualmente, quem faz parte do NCM?
Todas as pessoas que se dispõem a ajudar o coletivo

E qual o público alvo dos projetos desenvolvidos pelo coletivo?
O público-alvo é o povo para o povo.

Além de do cinema, quais são as intervenções culturais com que o NCM trabalha?
Trabalhamos com audiovisual, rádio, videoclipes, etc.

E qual foi o ponto de partida? Como nasceu o projeto?
Nasceu de um convite da produtora do Verdejar, Marcele Felipe, que pediu que eu filmasse o protesto do laguinho azul no Complexo do Alemão.
Chegando lá, percebi que era um largo enorme, com aproximadamente 800 m². Esse lago nasceu da exploração gananciosa de uma pedreira. Vi que o protesto não era convencional. Era um protesto artístico, onde encontrei a Orquestra Voadora, o MC Playboy, outros grupos que não apareceram no filme, os moradores do Complexo do Alemão, Projetos Verdejar e Raízes do Movimento…

Qual foi o Material Utilizado?
Eu estava com uma headcam, com um ponto de bateria e uma fita usada [risos]… E com essa estrutura, tive que optar por filmar depoimentos ou somente imagens do protesto.
Optei pelas imagens e dias depois o material foi editado, e inscrito no CINECUFA.

O projeto andou com as próprias pernas ou recebeu apoio/colaboração de outros movimentos culturais?
Contamos com apoio, parcerias e meios de divulgação:
Realização: NCM em parceria com o Setor BF
Fotografia: Tiago Araújo
Direção de Áudio: Nego Joe
Produção Geral: Ventolídio José
Produção Executiva: Vinicius Mesquita
Produção: Marcele Felipe
Produção Executiva
Edição: Isac Maia
Pós-Produção e Divulgação: “Los Tchatchos” e Geração Delírio

Algum Agradecimento?
Agradecimento Especial: ONG Verdejar de proteção ambiental e humanismo.
Apoio: Movimento Negro Unificado, Comp – Mesquita e Movimento Negro de Mesquita.

Qual mensagem você quer passar para as pessoas através do NCM?
Gostaria de deixar a mensagem para toda a população, que apóiem e que sejam artistas em todas as áreas, principalmente os cineastas.
E lembrem-se: “Nada é tão complicado que o Novo Cinema Marginal não possa desenrolar.”

Sobre Instituto Enraizados

O Instituto Enraizados é uma organização de hip hop, nossa "rede" integra hoje 17 organizações que compartilham conhecimento, capacitação e articulação para militância cultural nas periferias dos grandes centros. Lutamos pelo acesso a produção, a expressão e a valorização das diferentes manifestações culturais, fortalecendo o ativismo cultural e o protagonismo juvenil. O hip hop, o audiovisual, as rádios comunitárias e a produção de mídias são elementos que formam e fortalecem a ajuda mútua dos jovens envolvidos.

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Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como "Galo de Luta", compartilha sua jornada desde a infância até se tornar um ativista e artista de rap. Inicialmente apelidado de "Sete Galo" devido à famosa moto CBX 750, sua vida foi marcada por desafios e confrontos com a realidade da periferia. Inspirado por figuras como Mano Brown e Malcolm X, Paulo encontrou no rap e na leitura uma maneira de expressar suas ideias e buscar uma transformação pessoal e social. Apesar das dificuldades, sua busca por identidade e consciência o levou a se tornar o "Galo de Luta", um símbolo de resistência e luta por justiça social.

01 comentário

  1. Pode crer… muito show isso aí!!

    São guerreiros que buscam fomentar a cultura marginal, de modo que, ela se torne protagonista em nosso meio!!

    Essa parada!!!

    @PetterMC

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