De segunda a sexta (ou de domingo a domingo para muitos) a rotina de acordar cedo, café rápido e correr pro ponto de ônibus é uma constante.
Para driblar o tempo de viagem, que com o trânsito complicadíssimo se convertem em horas parados, existem as clássicas leitura de livro ou jornal, papo sobre meteorologia ou futebol com quem tá ao lado, celular com internet e fone de ouvido perto do volume máximo para se afastar ao máximo dessa realidade (essa ultima muito usada por mim). Mas mesmo com todos esses apetrechos tecnológicos ou sociais, as viagens de ônibus, metrô ou trem são uma espécie de sofrimento contínuo em que você ainda paga muito caro por ele.
Vejo uma tortura, para além da social, a rotina nos transportes coletivos da grande rio. Vejo nos olhos dos passageiros uma melancolia que se confunde com cansaço que me entristece muito. As longas viagens são resultados de várias coisas que não funcionam. A vida não funciona bem. Tem que tomar o remédio, hérnia de disco, cortar o glútem.
A pausa para a subida do deficiente físico causa a reflexão. Não consigo emprego, sou velho demais. Não consigo emprego, sou jovem não tenho experiência.
Pense bem em quem votar! É simplista colocar a “culpa” (a la católica) em poder público, mas sempre pense bem em quem vai votar ou não votar.
Mesmo com toda essa depressão, você sabe que num dia “x” do mês a sua conta bancária vai sorrir pra ti. Você dirá que tá tudo bem, que valeu a pena e que o trabalho dignifica o homem.