domingo, 22 dezembro, 2024

A Fórmula Mágica, com Duda Break

Ainda adolescente, se envolveu com a cultura Hip-Hop. Entrou numa roda de break, sem ao menos saber um movimento. Hoje, é Bboy, arte-educador, membro da Zulu Nation. Lidera a Baixada Break Boys Hip-Hop (B3H2) Crew, integra o Grupo de Break Consciente da Rocinha (GBCR), organiza eventos e é um dos principais representantes da cultura hip-hop, na Baixada Fluminense. Confira a entrevista com o Bboy Duda:

Marcão: Como foi seu envolvimento com a cultura hip-hop?
Duda:
Começou curtindo Bailes Funk e Soul, dos 13 aos 16 anos. Comecei a ter inspiração vendo vídeos de rap, como Vanilla Ice e Will Smith. Primeiramente, foi através da música. E depois, com 17 anos, que eu fui freqüentar um baile, perto de casa, eu estava vendo uns caras dançando e perguntaram se eu sabia dançar, e eu disse: “Sei, sei”. E o cara me empurrou pra roda, e disse “Então Vai!” (Risos). Aí eu inventei algumas doideiras, tipo se contorcer todo. Nisso, comecei a dançar. Com 17 pra 18 anos, comecei a freqüentar a Fundição Progresso, onde fiz contato com os Bboys Faísca e Fumaça. Foi o primeiro contato que tive com eles. Onde eu conheci, o Manu, Edu, galera do Fator 4, o Luck, do GBCR, Lúcio Pedra, Aval, do GBCR tambem. E assim passei a ter contato direto com o break, através dessa galera, entre 97/98.

Como foi sua iniciação nos campeonatos e batalhas?
Foi no “boca a boca”, a galera falava: “Vai ter evento tal!” E a gente ia. Eram batalhas que rolavam no SESC de Madureira, no SESC de Meriti, Nova Iguaçu. Ás vezes nem conhecia, mas participava, pra conhecer a galera, e saber mais sobre o que era a competição, “conhecer o terreno”.

Como Surgiu a B3H2 Crew?
Quando eu estava me iniciando no break, em uma festa de colégio, conheci um grupo de Street que tinha 2 Bboys e 2 Bgirls e  houve uma apresentação em que eu dancei junto com eles. E tentei fechar com eles, era mais perto e viável. Nisso a gente combinou de ir pra uma festa de rua, abrimos uma roda de break, as pessoas começaram a ver e gostaram. E ficamos nessa brincadeira, uns dois anos, organizando rodas em festas. E nisso o apresentador de uma das festas, nos intitulou como “Saga dos Bboys”. Foi a primeira formação que tínhamos como um grupo, pois éramos vistos como um grupo. Depois desse tempo, ficamos mais um ano ou dois, onde através dos “irmãos Schneider’s”, conheci o Slow da BF. Me apresentaram a ele, para poder participar, de batalhas e eventos, e ficamos nessa por mais 2 anos, participando de batalhas e eventos. Depois disso, o Slow, teve a ideia de colocar o nome do grupo de Baixada Break Boys Hip-Hop. A fórmula do Hip-Hop (B3H2). O Slow falava que “Baixada-Break” é a fórmula da cultura hip-hop. E através do nome, ficamos conhecidos pelos grupos mais antigos e fizemos parcerias com eles, grupos como BR Break, Elemento Surpresa, GBCR, Grupo New Boys, Republic Rap e Posse 471, e outros grupos antigos, de Caxias, e os amigos, que sempre estavam juntos conosco, o Wagner Bio, e Bia Popping.

Como aconteceu sua integração a Zulu Nation?
Desde que o Slow apadrinhou o grupo de B3H2 Crew, eu acredito que a Crew é parte da Zulu, como falei da fórmula do Hip-Hop “B3”, isso causa impacto. Mesmo o grupo como um todo, não tendo o certificado, nós levávamos a mensagem da Zulu. Lembrei de uma coisa que o Afrika Bambaataa costuma dizer, de que você não precisa ser DJ, grafiteiro, Bboy e nem rapper. Só de conhecer a cultura hip-hop e estar presente nos eventos, você já faz parte da cultura hip-hop, através do 5° elemento, que é a consciência, o conhecimento.

Em São João de Meriti, você é um dos organizadores da Cypher Meriti, o que são as Cyphers?
Cypher, na minha concepção é um encontro, onde se reúnem todos os elementos da cultura hip-hop, com a comunidade, e com o local em que acontecem. É como se fosse um movimento de protesto, dizendo que precisamos de diversão, e não temos um espaço pra diversão. Não adianta ter uma praça, uma lona, se não existirem eventos que possam reunir a comunidade com as pessoas que praticam atividades culturais.

Pra você, como anda a cena do Break na Baixada Fluminense?
Em alguns municípios da Baixada, tem grupos que estão crescendo, e outros que estão no anonimato. Eu não vejo muita integração entre os municípios, geralmente, as pessoas se reúnem apenas quando tem batalhas. Junto com a B3H2, temos o objetivo de nos reunir com outros grupos e organizar cyphers em outros municípios.

Você tambem é arte-educador, ministra oficinas em vários projetos. Como é compartilhar isso com outras pessoas?
É sestressante, mas se torna uma coisa prazerosa (Risos). Porque no começo, você ensina a uma pessoa que não teve envolvimento com nenhum tipo de dança, mas com o tempo, a pessoa consegue seguir aquilo. Como educador, é legal, porque do mesmo modo que você aprendeu, você passa pra outras pessoas, e começa a lidar com o ser humano, conhecer o estilo, cabeça, pensamento de cada um, e mesmo você não fazendo curso, mesmo não querendo, você acaba entrando na área pedagógica.

Se não fosse B-Boy, que carreira iria seguir?
Trabalharia na área do telemarketing ou administração. Mas mesmo assim, conheço executivos que dançam, então, mesmo trabalhando em outra área, não deixaria o break de lado.

E quais são as ideias, objetivos e projetos pra 2011?
Esse ano tá rolando o Projeto “Cultura em Ação”, executado pela Subsecretaria de Cultura e Educação de São João de Meriti, que é um projeto, em que ocorrem várias ações, cinema, teatro, poesia, hip-hop, artesanato. São 6 meses de duração, e além de ter oficinas tem o chamado “Prata da Casa”, onde se executa um trabalho, e desse trabalho, artistas são selecionados para um dia de show, onde se apresentam. E tambem os festivais. O Cultura em Ação é dividido em Oficinas, Pratas da Casa e Festivais. Esse ano eu vou desenvolver um festival de dança através do projeto. Tambem vamos organizar as Cyphers e Workshops.

Duda, valeu pela entrevista, gostaria que deixasse uma mensagem para os leitores do Portal…
Gostaria de mandar um Salve pra toda a galera, dos 13 municípios. E a galera que estiver a fim de trabalhar conosco, que estiver interessada em saber mais sobre a Cypher Meriti, é só entrar em contato ou pesquisar nas redes sociais.

Saiba mais sobre a B3H2 Crew e a Cypher Meriti:
cyphermeriti@hotmail.com

Sobre Marcão Baixada

Rapper, compositor e produtor | Gestor de Conteúdo | Consultor de Comunicação e Plataformas

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01 comentário

  1. duda tamo junto é isso ai a cultura hip hop não pode parar,
    breve voltarei a dançar de novo.meu nome é Jefferson treinei junto com vc la em parque são José no antigo grupo do leu. é isso ai fica na paz .

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