Em primeira mão a minha mais recente letra: As Costeletas de Arnaldo
Com a ponta da caneta,
Teço trama e urdume.
Não troco trombeta,
Nem aumento o volume.
De qual planeta?
Em vão você presume.
Não tenho cor nem silhueta,
Também não tenho perfume.
Sou como as costeletas,
De Arnaldo Antunes.
Espiam pelas gretas,
Já que a cigana não premune.
Não estou impresso nas gazetas,
Nem estou no alto do cume.
A lente da luneta,
Cega não me resume.
Despiram a capa preta,
Derrubaram os tapumes.
Viraram a maçaneta,
Mas nada veio a lume.
Pois sou como as costeletas,
Do Arnaldo Antunes.