A algum tempo atrás, cerca de seis meses se não me engano, recebi um telefonema de um cara que queria fazer uma entrevista comigo para a tese de mestrado dele. Pensei: “- Mais um pra fazer tese com a periferia e com o hip hop”. Foi quando ele me disse que o Luck, fundador do GBCR, da Rocinha (RJ), foi quem havia me indicado, aí eu realmente aceitei o convite e cedi a entrevista.
Dias depois estava o Rociclei no Espaço Enraizados, em Morro Agudo, trocando altas idéias comigo, querendo saber de tudo, e eu, como um bom orador, falei durante horas e passei muitos contatos, assim como o Luck do GBCR fez. Um dos contatos foi o do Renan, do grupo Inquérito, inclusive mostrei algumas músicas.
O Rociclei viajou para São Paulo, conversou com vááááários MCs de lá, como o próprio Renan, o Emicida e o Projota. Voltou diversas vezes no Enraizados, conversou com as meninas Re.Fem e Lisa Castro, participou da Rádio Enraizados e não parou.
Semana passada recebi o convite para assistir a defesa de tese de mestrado desse camarada, que aconteceu no dia 24 de março, última quinta-feira, na UFRJ, na Urca (RJ), e não pude deixar de ir. Ele representou muito bem a cultura hip hop, defendeu não só a tese dele, mas o hip hop, com unhas e dentes. Citou novas pessoas, novas organizações, não caiu nas mesmices que costumamos presenciar.
Lá, dentre as pessoas que estavam avaliando a tese – acho que é avaliando que se diz, mas não tenho certeza – estava a Ivana Bentes, pessoa que admiro muito e tive o prazer de trocar uma idéia depois, que deu umas dicas legais para o Rociclei, deixando claro que ele não poderia parar por ali.
Sendo assim, daqui a alguns anos teremos um doutor do/no hip hop.
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