Tenho muito orgulho dos meus amigos e parceiros de trabalho do Movimento Enraizados, no Brasil e no mundo. Já realizamos muitos sonhos juntos e agradeço sempre a todos que colaboraram para que alguma ideia louca que tive fosse levada adiante.
O livro, o filme, os clipes… sempre dependi da ajuda de alguns muitos. A coordenação da “Escola de Hip Hop”. O dia a dia no Espaço Enraizados, ou melhor, o Espaço Enraizados. Os eventos, as reuniões, os aperrôs e as viagens.
As viagens estão muito fortes em minha mente. Nossa ida para França desta vez foi simplesmente sensacional. Tenho certeza que muitos amigos e parceiros ficaram aqui torcendo por nós.
A correria foi muito grande para que pudéssemos viajar. Eu particularmente corri muito escrevendo projeto para o edital de intercâmbio do Governo Federal, mas infelizmente desta fez ficamos na fila de espera. Então o Dumontt entrou na cena e conseguiu o recurso para que nós pudéssemos cumprir com os compromissos já assumidos em Nancy.
O Marcão Baixada corria contra o tempo para conseguir o seu passaporte, para poder viajar a primeira vez de avião. Sua primeira vez para fora do país.
Os objetivos de nossa viagem foram:
- Compartilhar com nossos parceiros a experiência da escola de hip hop Enraizados na Arte;
- Testar a eficiência universal do hip hop como ferramenta de complementação da educação formal e familiar;
- Criação de uma metodologia de aplicabilidade do hip hop como ferramenta de intercâmbio e experimentação cultural;
- Intercâmbio artístico do coletivo de rap #ComboIO com músicos franceses;
- Ampliar a rede de parceiros do Movimento Enraizados.
Em Nancy, a Rute de Souza, da MJC (Maison des Jeunes et de la Culture – Casa de Juventude e da Cultura) – um de nossos parceiros na França – fez uma correria para conseguir uma hospedagem para nós cinco, eu (Dudu de Morro Agudo), Luiz Carlos Dumontt, Bruno Thomassin, Marcão Baixada e Léo da XIII.
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Conseguiu um apartamento muito legal no bairro Haut Du Lievre, no décimo segundo andar do prédio 15 Bis. Na MJC organizamos oficinas de SLAM (rimas) e MAO (DJ) com alunos de uma escola local e gravamos uma música em parceria com rappers da comunidade, a experiência foi tão boa, que o MC, produtor e videomaker Uzy Down, liderança do local, sugeriu fazermos também um videoclipe, que foi gravado nas ruas do bairro, com a participação da juventude do Haut Du Lievre.
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Nosso outro parceiro na França, a instituição “L’ilo Aux Bombes“ organizou atividades quase que diárias, inclusive com seus parceiros. Realizamos encontros, que se desdobravam em bate-papos, shows e exibição de filmes, com crianças de quatro escolas (Jules Ferry, Pasteur, Geny e Paul Bert), além do Centro Social Jericho.
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Organizaram ainda um festival de três dias intitulado L’ilo Aux Bombes Festival, dedicado a cultura brasileira, onde músicos franceses apresentaram músicas de diversos estilos brasileiros, como samba e MPB. Eu e Dumontt fizemos uma explanação, afim de explicar um pouco sobre o Movimento Enraizados para os presentes. Quem cuidou da tradução, sempre, foi o Bruno Thomassin. O coletivo de rap #ComboIO fez um show de uma hora apresentando as músicas do novo disco e fez algumas intervenções com grupos locais. Fizerem shows também nos evento anual Love Lay Festival e na casa de shows Le Quai’Son.
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Ainda aconteceram intervenções culturais, como no evento Kwafe Slam, no bar Le Royal, onde os rappers do #ComboIO participaram recitando letras de suas músicas. No evento Broc-N-Roll, com uma intervenção musical com o músico Alias Poet e em uma outra intervenção com uma orquestra de rua. E por último no evento Underground Rugissements, no TOTEM, que era uma antiga fabrica de cerveja que foi ocupada pela Cia de Teatro Matéria Prima, e cedida a eles oficialmente pela prefeitura.
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Além é claro, das festas, aperrôs, que nos foram oferecidas nas casas de nossos amigos Riojy Shirai, Alias Poet, David Carabin e David Fredembach.
Nossa presença na França ainda nos rendeu um reportagem para a TV francesa FR France 3, e para o jornal L’Est Républicain.
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Como resultado de nossa viagem, produzimos:
10 músicas;03 videoclipes;
02 documentários;
06 GB de fotografias;
50 vídeos de diário de bordo;
Olà Dudu !
Gostei muito do teu relatòrio. Pô, não sobrou tempo nem para piscar, hein ?
Fico feliz que vocês conseguiram alcançar um objetivo satisfatòrio e, de quebra, o que você acha de realizarmos um nôvo projeto, mas… no outro sentido : França > Brasil ?
Abraços para vocês e sucesso para o nôvo trabalho com o Àtomo !
Rute
Foi mesmo Rute, a viagem foi intensa.
Ainda nem colocamos tudo o que fizemos, ainda falta o documentário e tal, as músicas, o videoclipe que o Uzy tá fazendo aí.
Mas já estamos pensando nisso sim, queremos fazer novamente no ano que vem, mas a galera daí vindo para o Brasil para fazermos uma festa aqui na cidade e realizar uma troca cultural, com o Enraizados e outros grupos da Baixada Fluminense.
Vai pensando nisso e veja o que podemos fazer em parceria com vocês aí. Não sei onde você está trabalhando, mas acho que seria legal envolver a MJC também, trazer os meninos que gravaram conosco para um intercâmbio aqui, daí a gente já começa a estudar francês pra poder recebe-los.
rsrsrs
Beijos e até logo.