sábado, 21 dezembro, 2024

Qual o impacto dos mais de 2 milhões de novos títulos de eleitor dos adolescentes nas eleições de 2022?

Em março de 2022, o número de adolescentes com título de eleitor era o menor da história, apenas 13% dos adolescentes havia tirado o título. Alguns especialistas, como por exemplo o cientista político Diogo Cruvinel, analista do Tribunal Superior Eleitoral, acreditam ser esse um movimento natural, visto que nos últimos dez anos o número de jovens tirando títulos vem decrescendo por causa da inversão da pirâmide demográfica, ou seja, o número de jovens vem diminuindo em toda a sociedade brasileira.

A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), fez uma enquete que mostrou que 09 em cada 10 jovens afirmaram que o voto tem poder para transformar a realidade, o que mostra que o jovem brasileiro não é despolitizado. Por que então um número tão pequeno de jovens com título de eleitor?

Tentando sanar essa defasagem, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou uma ação para incentivar que jovens de 16 e 17 anos – faixa etária que não tem obrigação de votar, tirassem o título eleitoral para votarem pela primeira vez nas eleições deste ano, a ação foi adotada por artistas como a Anitta, que postou em suas redes sociais que só daria autógrafo mediante a apresentação do título de eleitor.

A repercussão foi grande, e logo muitos artistas e influenciadores abraçaram a ideia e começaram a incentivar os jovens a tirarem seus títulos e participarem da vida democrática do país, dentre eles a ex-BBB Juliette, Luísa Sonza, Whindersson Nunes, Larissa Manoela, Pablo Vittar e até nosso queridão Zeca Pagodinho.

Logo depois a rede Burger King Brasil lançou uma promoção chamada “Fome de Democracia” para quem apresentar seu documento ou comprovante do requerimento de regularização.

A bagulho ficou sério quando a campanha ultrapassou as fronteiras brasileiras e os atores Mark Ruffalo, que interpreta o Hulk nos filmes dos estúdios Marvel, e Leonardo DiCaprio, também abraçaram a ideia e fizeram um apelo aos jovens brasileiros.

A partir daí os próprios adolescentes começaram um movimento para ajudar outros adolescentes a tirarem o título pelo Brasil a fora, como foi o caso da estudante Dayane Coelho, 16 anos, de Teresina (PI): – “Percebi então que alguns jovens daqui não tinham acesso à internet ou tinham dificuldades no processo. Foi aí que senti que eu poderia ajudar essas pessoas”, disse aos jornalistas do Tribunal Superior Eleitoral.

Essa mobilização do TSE, de artistas nacionais e internacionais, influenciadores digitais e empresas deu super certo, os números comprovam isso.

Em uma matéria publicada pela Folha de São Paulo em 05 de maio, o Supremo Tribunal Eleitoral comemorou a superação de todos os recordes já registrados pela justiça eleitoral, principalmente o fato de que, entre janeiro e abril, o país havia ganho 2.042.817 novos eleitores com idades entre 16 e 18 anos, um aumento de quase 50% comparado com 2018.

Eleitores da esquerda acreditam que esses jovens ajudarão a tirar o Bolsonaro da presidência da república, como relato de um jovem a uma repórter da Rede Globo, quando foi perguntado o motivo de ele tirar o título. Entretanto parece que os bolsonaristas também estão confiantes e apostando nos votos da juventude de extrema direita.

Fato é que, apesar de estar tudo muito nebuloso e incerto, existem mais de 5 milhões de novos títulos na rua, sendo 2 milhões apensas de adolescentes.

O quanto esses eleitores podem impactar nas eleições presidenciais?

O rapper e pesquisador Dudu de Morro Agudo, que realiza encontros com jovens utilizando a metodologia RapLab, que permite a um grupo de pessoas, compor um rap de forma colaborativa a partir de uma roda de conversas, fará um encontro virtual na próxima quarta-feira (25), às 19 horas, para discutir e pensar sobre esse fenômeno, e tentar entender os impactos nas eleições de 2022.

Quer participar do encontro?

Basta se inscrever gratuitamente www.linktr.ee/ProjetoRapLab

 

 

 

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