Pasmem! Políticos e policiais não são extraterrestres. São pessoas como eu e você, ou seja, são o reflexo duma nação de corruptos.
É aquela velha história de roubar energia elétrica, água, de furar fila, etc. A diferença entre nós, cidadãos comuns, e essas duas classes, é a combinação quase sempre fatal de poder e corruptíveis. Por conta dessa nossa hipocrisia, escrevi essa letra em 2009:
Construção, Construção.
Não deixar pedra sobre pedra é praxe? Pergunto.
Não quero por uma sobre o assunto,
Mas podemos levantar paredes já que estamos com quatro nas mãos.
Queria ser uma pedra no sapato, estorvo.
Naquele estágio, ave de mau presságio…O corvo,
Redator do “O Povo”, Alfabeto de sangue, cada letra um pingo.
Quis o verso mais ácido, firme como um tom de Plácido… Domingos,
Jingle criminal.
A palavra dura, abalar as estruturas…Tremor de nove graus,
Caos? Matéria-prima.
Otimismo desabrigado, olhei pro meu legado… Só havia ruínas.
Em meio aos escombros, ergui quatro paredes, bati a laje.
Pro clichê dei de ombros, mudei o tema da mensagem,
Viagem fatídica, crítica que destrói.
Nem todos são corruptos na política, assim como nem todos são honestos entre nós,
Oscilando entre contras e prós, me contradisse, eu sei.
Aqui não é o país maravilhoso de Alice,
Mas desfilamos nas ruas de barro nossos tênis Made In USA.
Não é se contentar com migalhas, mas agente só malha, nunca alivia.
Mau agouro em coro, ritmo e poesia.
Não sou advogado do diabo, ele é feio como se pinta.
Mas nem todo hospital é macabro, na polícia ainda há gente distinta.
Mas não! Tudo bom e nada presta, motivo pra festa não há.
O mesmo que assim contesta, fim de semana desembesta, de bar em bar.
Mas se a esperança é a última que morre, quando passar o porre, talvez a distinga.
Quando tiver a palavra, quem sabe ela não escorre por tua língua.
A mão que bate também afaga, a boca crítica rasga elogios, da sugestões.
No canteiro de obras há vagas, sim, aponte os erros, mas também traga, soluções.