domingo, 22 dezembro, 2024
Inquérito e a "Mudança".

Um brinde com Renan Inquérito

Eles receberam o prêmio de melhor música do ano com a canção “Dia dos pais” no RJ e o prêmio de grupo revelação no Festival Hip-Hop Top SP, em 2006, com o álbum de estréia, “Mais Loco que u barato! (Lançado em 2005). Circularam o Brasil em shows, eventos, oficinas e palestras, e em 2008, lançaram o disco “Um Segundo é Pouco”, que ganhou o prêmio COOPERIFA.

Em 2009, ganharam o prêmio de Grupo Revelação do Século. O clipe “Mr. M” é um dos clipes do rap nacional, mais acessados na internet. Com nova formação, o grupo Inquérito, agora formado por Renan, DJ Rodrigo e Pop Black, lançou em 2010 o disco “Mudança”, e no dia 18 de janeiro, lançou de forma independente, o clipe da canção “Um Brinde”, que se tornou campanha contra o álcool pelo Brasil e pelo exterior. Confira a entrevista com Renan, MC e compositor do grupo:

Marcão: Renan, como se deu a nova formação do grupo?
Renan: A nova formação do grupo se deu de maneira natural. É um processo de mudança e evolução. Hoje somos eu (Renan Inquérito – MC e Compositor), Pop Black (Mc e Backing vocal) e Dj Rodrigo (toca-discos).

O novo disco atingiu grande repercussão no cenário musical, por trazer um conteúdo bem diversificado. Gostaria que você definisse a mensagem a respeito da “Mudança”, contida no disco?
Nesse terceiro disco procuramos fazer uma síntese dos outros dois, mostrar evolução musical, e continuarmos com o rap que sabemos fazer e que não tem definição, não é gangsta, não é underground, não é bate-cabeça, é INQUÉRITO. Nós fazemos o estilo Inquérito de ser e passamos por várias vertentes dentro da música, inclusive.
A mensagem começa em 2010, quando gravamos Mister M, em seguida gravamos o clipe e a música deu uma força ainda maior, mudando a nossa forma de pensar, de agir. Mudaram os integrantes, o produtor e o nome veio a calhar, deu uma força para isso, acredito que estamos fazendo MUDANÇA, mostrando a revolução e a evolução também só com a força das palavras.

 

O amadurecimento musical do grupo é notável em “Mudança”, como foi o processo do disco, que teve mais de um ano de preparo?
Nós já anunciávamos que “um segundo é pouco” e realmente foi. Tanto que, naquela época, muitas músicas ficaram de fora do disco e no Mudança também. O disco veio com 20 faixas, mas já temos outras músicas prontas e que não pudemos encaixar… Sempre fazemos mais músicas do que caberia num CD. Um exemplo é a “Mister M”, que era para ter entrado no segundo disco e ficou de fora, a “Meu super herói” estaria no primeiro e ficou de fora, então, a música quando é boa, atravessa época, geração, enfim. Já temos coisas guardadas para o próximo disco e eu nem sei como vai chamar, ou quando sairá, mas sempre tem alguma coisa do cotidiano, porque as viagens, os shows, enfim, tudo isso nos inspira e estamos sempre escrevendo, elaborando boas ideias e podem esperar coisas boas do Inquérito SEMPRE.

“Mudança” traz uma variedade de vertentes musicais existentes no rap. Foi intencional, ou aconteceu naturalmente durante o processo de composição?
Como eu disse, nosso rap não tem rótulo. É o estilo Inquérito de ser e nesse processo de produção e composição, contamos com o Marcelo Guerche, que é produtor da RimaCruz e também Dj do grupo Shekinah Rap, do interior de São Paulo, da cidade de Votuporanga. Em estúdio, as coisas foram fluindo e ele soube explorar as condições que tínhamos e passear pelo que o rap tem de melhor, musicalmente falando. Ficamos felizes com o resultado e esperamos que o público também tenha ficado, afinal, demos o nosso melhor para fazer um CD bem completo.

O disco teve participação de Emicida, RAPadura, Dexter, DBS, entre outros, todos muito importantes para o nosso rap. As parcerias ocorreram naturalmente, ou vocês pensaram nas pessoas que poderiam se identificar e colaborar com a proposta do disco?
Alguns eram meus amigos de longa data, como Ca.Ge.Bê, que é da minha quebrada natal, que é o Jardim Peri, na zona norte de São Paulo. O Emicida eu trombei no metrô, trocamos uma ideia com ele e depois ficamos nos falando pela internet, telefone, eu já curtia o som dele e acabou rolando natural. O Realidade Cruel é da nossa quebrada, já gravamos várias músicas juntas. O DBS já era para ter participado do “Um  Segundo É Pouco”, mas acabou não rolando. O RAPadura é parceiro, o Dexter também, ou seja, todos são parceiros, tem uma admiração recíproca pelos trabalhos e foi bem natural.

Qual foi a reação do grupo ao saber que foi publicada uma matéria no RedeTVi, falando, sobre a canção “Um Brinde”, e exibindo o Making Of do clipe?
Foi bem positivo, e isso é só parte da Mudança. Queremos alcançar outros públicos e mostrar nosso trabalho. Chegar até lá foi bom, mas ainda é pouco.  Veja bem, criamos uma campanha mundial contra o alcoolismo e de maneira muito natural, então chegar um portal, a uma emissora de alcance nacional faz parte desse processo. Estamos, enfim, passando a mensagem para todos os públicos e o objetivo é esse mesmo.

O lançamento e a confecção dos DVDs para distribuição do clipe teve o apoio da Câmara Municipal, da prefeitura e do empresariado de Poços de Caldas, MG. Fale sobre a importância desse apoio.
Fundamental, né?! Acho que estão reconhecendo nosso trabalho no rap, no hip-hop como algo mais do que entretenimento. Claro, fazemos música e de qualidade, mas fazemos também com compromisso social. Somos muito gratos a cidade de Poços de Caldas que nos ajudou, tanto através da prefeitura, da Câmara Municipal e do empresariado como do público, que nos acolheu e da TV regional,a  TV PLAN, que abraçou a campanha e continua veiculando o clipe na programação.

Confira o videoclipe “Um Brinde”, do Grupo Inquérito:
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Em menos de duas semanas de lançamento, o clipe já tem mais de 13000 visitas no Youtube, clipe esse que foi feito de forma independente, com muito profissionalismo, e tornou-se campanha contra o álcool, foi exibido em diversos pontos do país e no exterior… Como está sendo o retorno desse projeto?
O retorno ainda é tímido perto da dimensão que a campanha tomou, mas é bastante positivo. O que nos alegra é ver que o clipe mexe com as pessoas. Esse é o melhor retorno. Durante as exibições, as pessoas relatam experiências, se  comovem, pensam sobre o problema, propõe mudança, enfrentamento e isso sim, faz valer a pena ter investido tanto tempo num projeto como esse. Graças a Deus conseguimos alcançar nosso objetivo, que é fazer mudança com o rap do Inquérito.

Você esteve em Brasília recentemente, para participar da gravação do DVD do Atitude Feminina, como foi essa experiência?
Nossa, foi muito bacana estar em Brasília, primeiro pelo convite para fazer parte do trabalho das meninas e ter podido gravar com elas, fazer uma música sobre mulheres, que era uma vontade que eu já tinha, depois porque pude estar mais próximos de ícones do hip-hop no Brasil, como o Dj Raffa que tem toda uma história dentro da cultura e que nos ensinou muito. Aproveitamos a ida também para gravar algumas cenas do nosso próximo videoclipe, que será da música Miséria, além disso, fizemos a exibição do clipe no Sarau Samambaia, enfim, foi um período muito importante e de muita evolução.

Para finalizar, quais são os planos para o futuro, o grupo já tem algum projeto em mente?
Queremos divulgar e fazer Mudança, com shows por todo país, divulgação do projeto Um Brinde, realização de outras filmagens para videoclipes. Neste ano de 2011 é o que pretendemos fazer: Nos dedicarmos a MUDANÇA.

Muito obrigado pela entrevista, Renan, gostaria que deixasse uma mensagem aos leitores do Portal Enraizados…
Agradeço a todos que integram essa família do Portal Enraizados e que vem fazendo um trabalho excelente em todo país no que diz respeito à comunicação dentro do hip-hop.  Valeu pela entrevista e pelo espaço que sempre é aberto para as ações do Inquérito, com certeza vocês são parte da geração da MUDANÇA ! Valeu, um brinde e “se a história é nossa deixa que nóis escreve.”

Sobre Marcão Baixada

Rapper, compositor e produtor | Gestor de Conteúdo | Consultor de Comunicação e Plataformas

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6 comentários

  1. É ótima a iniciativa do poder público investir em entretenimento de qualidade e nativo do local.
    O Hip Hop sim, pode ser uma válvula de escape para juventude antes fadada à criminalidade e ao insucesso profissional.
    Com apoio de políticas publicas voltada para essa população, conseguiremos diminuir o atraso educacional/cultural/histórico criando assim uma sociedade mais justa.
    O dialogo entre conhecimento acadêmico e o popular deve ser incentivado,essa precisa ser a principal ferramenta de intermediação entre população e governantes.
    Parabéns ao Inquérito e ao Enraizados, por manter o compromisso social, esquecido muitas vezes por grandes personalidades.

  2. virei fã desses manos apos ouvir “o rap é troco” fico muito feliz de ver eles crescerem mais a cada dia e ver a msuca deles chegando a muito mais pessoas “mudança” é o que o rap precisa e é o que o grupo inquerito esta fazedendo… parabéns!

  3. Bela entrevista! O grupo INQUÉRITO teve uma ótima iniciativa com a música “Um brinde” e pode pá que isso vai dar muitos frutos, mais do que já está dando.

  4. Boa matéria Marcão! 😀

  5. Realmente eles se superaram nesse novo trabalho! Parabéns por nos mostrar mais um nome da música brasileira, e mostrar a expansão da cultura periférica nos dias de hoje.

  6. Parabéns bela entrevista e um belo disco do inquérito tb abs

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