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  • Dudu de Morro Agudo lança clipe da música Solidariedade BXD

    Dudu de Morro Agudo lança clipe da música Solidariedade BXD

    Em plena pandemia da COVID-19, Dudu de Morro Agudo organizou uma das maiores ações de solidariedade da Baixada Fluminense ao lado de dezenas de integrantes do Instituto Enraizados, que distribuíram, dentre outras coisas, mais de 4000 cestas básicas para famílias que estavam em vulnerabilidade social por causa da pandemia da COVID-19.

    No meio desse furacão, após entregar a cesta básica para uma das famílias, recebeu um áudio em agradecimento, era uma criança agradecendo pelo ovo de páscoa que o Instituto Enraizados havia enviado, contudo a criança, por não conseguir dizer “cesta básica”, agradeceu Dudu de Morro Agudo por fazer uma “mágica”. Segundo o rapper, a voz do menino ficou ecoando em sua mente durante todo o dia, e à noite, sem conseguir dormir, compôs a música Solidariedade BXD.

    “Durante a madrugada, eu estava meio eufórico e gravei a música no meu celular mesmo, fiz uma guia e envie para o Ghile, um dos guitarristas da banda Marginal Groove, a banda que me acompanhou durante o show no Rock In Rio, e ele disse que a música estava incrível, e já me enviou uma outra guia da guitarra no dia seguinte. Como eu não canto, chamei o Cayuma para fazer o refrão e ele topou também.”, nos conta Dudu.

    Cada músico gravou sua participação em sua própria casa por causa da quarentena. Após a música ficar pronta, enviaram “gigas” de imagens das ações que fizeram para o diretor Higor Cabral, para que montasse o videoclipe que foi lançado no dia 06 de julho e hoje, dia 15 de julho já conta com exatos 18.774 views.

    A música, que já pode ser ouvida em todas as plataformas de streaming, vai entrar no repertório do rapper, que já a apresentou ao vivo durante uma live que fez na Casa de Cultura de Queimados, ao lado de outros rappers, no início do mês.

    SERVIÇO:

    Baixe a música: onerpm.com.br

  • Ciclo de Extensão “Territórios e culturas: diálogos dos povos e comunidades tradicionais com as periferias urbanas no RJ”

    Ciclo de Extensão “Territórios e culturas: diálogos dos povos e comunidades tradicionais com as periferias urbanas no RJ”

    O Ciclo propõe um diálogo de saberes entre as práticas e experiências dos chamados povos e comunidades tradicionais no estado do Rio de Janeiro – destacando-se a presença indígena, caiçara, quilombola – e dos pequenos agricultores, com projetos e ações realizados nas periferias urbanas.

    Os encontros serão divididos em seis momentos: uma aula inaugural, quatro palestras – no auditório do IFRJ Nilópolis – e um trabalho de campo, que será realizado no município de Paraty, localizado no litoral sul do estado.

    Desdobramento do Ciclo de Extensão em História, Memória e Cultura Indígena (realizado entre o segundo semestre de 2018 e o primeiro semestre de 2019, no próprio IFRJ Nilópolis), esta nova versão amplia o foco de análise para uma escala mais ampla, envolvendo além dos indígenas, outros povos e comunidades tradicionais e pequenos agricultores do estado.

    O Ciclo Territórios e Culturas é realizado pelo NEABI, Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas, com o fomento e apoio da COEXCoordenação de Extensão, do IFRJ Campus Nilópolis (EDITAL INTERNO N° 11/2019 – IFRJ Nilópolis).

    Esta edição está sendo co-realizada com o Fórum das Comunidades Tradicionais Angra-Paraty-Ubatuba e com o Observatório dos Territórios Saudáveis e Sustentáveis da BocainaOTSS – parceria do Fórum com a Fiocruze tem as parcerias do Movimento dos Pequenos AgricultoresMPA e do espaço Raízes do Brasil, além do Núcleo de Criação Audiovisual – NUCA, do IFRJ Nilópolis.

    PROGRAMAÇÃO:
    Sextas, 13h30 às 17h30 – Auditório do IFRJ Nilópolis

    13 de Março de 2020
    ABERTURA com Fabiana Almeida (Diretora de Ensino de Graduação e Pós-graduação – IFRJ Nilópolis), Indira Alves (Observatório dos Territórios Saudáveis e Sustentáveis da Bocaina – OTSS/Fiocruz), Alexandre Pimentell e Affonso Pereira (coordenadores do ciclo e professores do IFRJ Nilópolis).

    AULA INAUGURAL com Carlos Walter Porto-Gonçalves (Geógrafo, professor titular do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense).

    20 Março de 2020
    CARTOGRAFIA SOCIAL E A DEFESA DOS TERRITÓRIOS com Santiago Bernardes (Observatório dos Territórios Saudáveis e Sustentáveis da Bocaina-OTSS) e Fransergio Goulart (Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial).

    03 Abril de 2020
    TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA: PROTAGONISMO DE NARRATIVA E GERAÇÃO DE RENDA com Daniele Elias (Rede Nhadereko/Fórum das Comunidades Tradicionais Angra-Paraty-Ubatuba) e Cosme Felippsen (Rolé dos Favelados/Morro da Providência).

    15 de Maio de 2020
    EDUCAÇÃO DIFERENCIADA: CONSTRUÇÃO DE AUTONOMIA E RECONHECIMENTO DE SABERES com Fabiana Ramos (Coletivo de Educação Diferenciada/Fórum das Comunidades Tradicionais Angra-Paraty-Ubatuba) e Dudu De Morro Agudo (RapLab/Instituto Enraizados).

    26 de Junho de 2020
    AGROECOLOGIA: DIÁLOGOS NA CONSTRUÇÃO DE TERRITÓRIOS SAUDÁVEIS com representantes do Observatório dos Territórios Saudáveis e Sustentáveis da Bocaina-OTSS / Fórum das Comunidades Tradicionais Angra-Paraty-Ubatuba e Beto Palmeira (Raízes do Brasil e Coordenação Nacional do MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores).

    27 de Junho de 2020
    TRABALHO DE CAMPO EM PARATY – Visita ao Quilombo do Campinho e roda de conversa com integrantes indígenas, caiçaras e quilombolas do Fórum das Comunidades Tradicionais Angra-Paraty-Ubatuba.

     

  • Entre Cordéis e Saberes: CIEP 172 inaugura a Sala de Leitura Poeta Popular J. Rodrigues

    Entre Cordéis e Saberes: CIEP 172 inaugura a Sala de Leitura Poeta Popular J. Rodrigues

    Hoje fui convidado pelo meu amigo Antônio Feitosa — o Totó — poeta, animador cultural, homem da política cultural iguaçuana, de esquerda e com posições muito bem definidas. O convite era especial: a inauguração de uma sala de leitura no CIEP 172, onde ele atua como educador. Um espaço novo, criado com afeto e dedicado à memória do poeta popular J. Rodrigues.

    Fui como quem vai prestigiar um amigo querido, mas saí profundamente impactado. A riqueza do ambiente, a beleza do espaço e o cuidado com cada detalhe me tocaram de verdade. Era impossível sair de lá e não escrever sobre isso.

    Por isso, a minha coluna de hoje é dedicada a esse lugar que nasce como farol de cultura, memória e afeto. Com vocês: a Sala de Leitura Poeta Popular J. Rodrigues.

    Um Espaço Inédito na Escola: A Sala de Leitura

    Em uma iniciativa emocionante e transformadora, a equipe do CIEP deu um passo importante na valorização da leitura, da cultura e da memória local. Foi inaugurada hoje, dia 26 de junho de 2025, uma quinta-feira, às 13 horas, uma sala de leitura inédita na escola, criada especialmente para oferecer um ambiente acolhedor e interativo voltado ao incentivo à leitura, à pesquisa e ao acesso a materiais diversificados — não necessariamente pertencentes ao acervo tradicional da biblioteca escolar.

    Diferente da biblioteca já existente, esta nova sala de leitura nasce com o propósito de abrigar livros e materiais que serão utilizados de forma mais flexível e dinâmica por professores, principalmente das áreas de Língua Portuguesa e História. A ideia é que este seja um espaço aberto, de interação com alunos, professores e membros da comunidade escolar.

    Dudu de Morro Agudo, Aparecida Rodrigues (Filha do J. Rodrigues) e Antônio Feitosa.
    Dudu de Morro Agudo, Aparecida Rodrigues (Filha do J. Rodrigues) e Antônio Feitosa.

    Uma Homenagem ao Poeta da Baixada: Sr. J. Rodrigues

    O nome do novo espaço não foi escolhido por acaso. A sala de leitura presta homenagem ao poeta de cordel Sr. J. Rodrigues, figura querida e marcante da cultura popular na Baixada Fluminense. A escolha veio da vontade pessoal do educador Antônio Feitosa, que idealizou e liderou a criação da sala.

    Feitosa já havia homenageado o poeta em outras ocasiões, como na reinauguração de uma biblioteca no CIEP 022 e na criação de um espaço literário no Casco de Morro Agudo. Como os demais espaços da escola já levavam nomes de outras figuras homenageadas, ele solicitou à direção que a nova sala fosse batizada em memória de J. Rodrigues. O pedido foi prontamente aceito.

    Uma linda homenagem que conta a história do poeta.
    Uma linda homenagem que conta a história do poeta.

    Um Espaço Vivo e Acolhedor

    A nova sala não será apenas um local para leitura silenciosa. A proposta é transformá-la em um polo cultural ativo, com exposições permanentes e itinerantes, lançamentos de livros, encontros com autores — especialmente da Baixada Fluminense — e ações que estimulem o protagonismo estudantil e comunitário.

    O acervo contará com obras do próprio Sr. J. Rodrigues, mas será amplamente diversificado. Autores e editoras da região estão convidados a enviar exemplares de suas obras para enriquecer o espaço. A ideia é que os estudantes não apenas leiam os livros, mas conheçam pessoalmente os autores, estabelecendo pontes entre a literatura e a vida real.

    Um espaço vivo, que eterniza o poeta Jota Rodrigues o apresentando para as novas gerações.
    Um espaço vivo, que eterniza o poeta Jota Rodrigues o apresentando para as novas gerações.

    Quem Foi J. Rodrigues?

    Nascido em 1934, o poeta J. Rodrigues faleceu em 2018, deixando um legado profundamente enraizado na cultura popular fluminense. Morador de longa data de Morro Agudo, ele foi um importante divulgador da literatura de cordel no estado do Rio de Janeiro, com forte atuação nas escolas públicas, universidades e demais espaços educativos e culturais. Sua obra tinha como marca o compromisso com a oralidade, a memória e a valorização das raízes nordestinas.

    Além de poeta, era também raizeiro, músico e líder de um grupo de forró, o que o tornava um artista plural e profundamente conectado com sua comunidade.

    Aparecida Rodrigues, filha de J. Rodrigues, conhecendo a sala que homenageia seu pai.
    Aparecida Rodrigues, filha de J. Rodrigues, conhecendo a sala que homenageia seu pai.

    A Inauguração: Entre Poesia e Música

    A inauguração da sala contou com a presença de Aparecida Rodrigues, filha do poeta homenageado, e com um show musical do artista Edu Miranda, que ofereceu um momento de celebração e afeto ao evento. A cerimônia reforçou o caráter simbólico e afetivo do espaço, que nasce já carregado de memória, arte e identidade.

    A cultura pulsante do nordeste permanedeu forte na produção artística e na vida de J. Rodrigues.
    A cultura pulsante do nordeste permanedeu forte na produção artística e na vida de J. Rodrigues.

    Um Legado que Inspira

    A Sala de Leitura Poeta Popular. J. Rodrigues representa mais do que um espaço físico: é um gesto de resistência, valorização da cultura local e promoção do acesso democrático ao conhecimento. A iniciativa, conduzida por Antônio Feitosa com apoio da direção da escola e da equipe de Animação Cultural, é um exemplo de como pequenas ações podem gerar grandes transformações na vida escolar e comunitária.

    A leitura, a cultura e a memória agradecem.

    📍 SAIBA MAIS
    Local: CIEP 172 – Nelson Rodrigues
    Endereço: Rod. Pres. Dutra, Km 182, Comendador Soares – Nova Iguaçu, RJ, CEP 26280‑000
    Sala de Leitura J. Rodrigues

    📅 Visitação:
    De segunda a sexta-feira, das 9h às 17h
    Aberta a estudantes, professores, comunidade e visitantes interessados

    📞 Telefone: (21)9.8171-5134

    Para doações de livros, agendamentos de visitas em grupo ou realização de eventos, entre em contato pelo telefone ou e-mail acima.

     

  • Sarau Poetas Compulsivos reúne poesia, música e política em Morro Agudo no dia 05 de julho

    Sarau Poetas Compulsivos reúne poesia, música e política em Morro Agudo no dia 05 de julho

    No próximo sábado, 05 de julho de 2025, o Quilombo Enraizados, em Morro Agudo (Nova Iguaçu), será novamente tomado pela arte, pelo afeto e pela resistência. Quem é de casa sabe que toda edição é especial e essa não é diferente, como sempre reunindo artistas da palavra, do som e da política cultural em uma noite histórica.

    Desde 2013, sempre no primeiro sábado do mês, o sarau transforma o Quilombo Enraizados em um verdadeiro templo da palavra viva. Criado pelo rapper, educador e produtor cultural Dudu de Morro Agudo, o evento nasceu com a proposta de valorizar a literatura periférica, misturar gerações, linguagens e fortalecer o circuito cultural da Baixada Fluminense. De lá para cá, foram mais de 150 edições, revelando talentos, fortalecendo redes de criação e afetividade e acolhendo múltiplas vozes da periferia.

    A edição de julho traz uma programação potente e diversa, se liga nessa viagem:

    • A jovem cantora Terê BXD, de 20 anos, estreia no palco do sarau com sua voz suave e marcante. Natural da Baixada Fluminense, Terê começou a cantar ainda bebê e hoje se apresenta como uma artista em construção, carregando influências que vão de Maria Bethânia a Calcinha Preta, sempre com autenticidade e sensibilidade.
      “Canto. E se canto, é porque ainda existo”, afirma a artista.
    • O poeta LuiX HN traz seus versos como instrumentos de resistência e cura. Poeta da rua, da escuta e do silêncio, LuiX escreve como quem respira e grita por dentro. Sua poesia atravessa, emociona e expande, revelando sentimentos intensos em forma de palavra.
    • E para coroar a noite, a deputada federal, artista e gestora cultural Jandira Feghali lança seu livro de estreia, “Cultura é Poder”, publicado pela editora Oficina Raquel. A obra propõe uma reflexão crítica sobre o papel da cultura na democracia brasileira, costurando a trajetória política e musical da autora com temas como diversidade, racismo, guerra cultural e políticas públicas. O prefácio é assinado pela ministra Margareth Menezes.

    A apresentação do sarau será conduzida pela poeta Lisa Castro, com intervenções poéticas de Átomo Pseudopoeta e discotecagem dos DJs Dorgo e Imperatriz, que garantem o clima divertido e acolhedor da noite. Como sempre, haverá microfone aberto, convidando pessoas do público para declamar e assumir o protagonismo.

    “Quem escreve, resiste. Quem declama, liberta”.

    SERVIÇO
    📍 Quilombo Enraizados – Rua Presidente Kennedy, 41, Morro Agudo, Nova Iguaçu – RJ
    📅 05 de julho de 2025 (sábado)
    ⏰ A partir das 19h
    🎤 Microfone aberto
    💰 Entrada gratuita
    📲 Mais informações: https://www.instagram.com/p/DLWRdBdsJoQ

  • Abertas as inscrições para a residência artística o Cordel como Agente de Transformação Social em Morro Agudo – Nova Iguaçu

    Abertas as inscrições para a residência artística o Cordel como Agente de Transformação Social em Morro Agudo – Nova Iguaçu

    O Centro Cultural Casa de Jota Rodrigues e o Museu de Arte e Cultura Urbana da Baixada Fluminense estão com as inscrições abertas para a Residência Artística O Cordel como Agente de Transformação Social, que será realizada em Morro Agudo, na sede do Centro Cultural.

    Trazendo a junção da cultura nordestina com a cultura hip-hop, a residência tem como objetivo difundir essas expressões culturais, bem como a história local, e democratizar o acesso à arte e a cultura através do fortalecimento de espaços, expressões e agentes culturais da Baixada Fluminense.

    Na residência serão oferecidos laboratórios teóricos e profissionalizantes, com discussões sobre a História e a Cultura de Nova Iguaçu; Museologia Social; Cultura Nordestina: Literatura de Cordel, Xilogravura e Repente, e Cultura Urbana: Hip-Hop, e oficinas práticas de Xilografiti (Xilografia com Grafiti), Rapente (Rap + repente), e cordel do Hip-Hop.

    O público-alvo para atuação na residência é de artistas do hip-hop, estando aberta também a demais artes urbanas. A seleção dos artistas está sendo por uma chamada pública.

    As inscrições vão até quarta-feira, dia 25/06/2025.

    O formulário de inscrições e a chamada pública estão na bio do Instagram do projeto @cordelagentesocial.

    O encerramento da residência será com a Mostra Jota Rodrigues, visando a difusão das ações realizadas pelo Centro Cultural e divulgação das obras produzidas pelos artistas durante a residência, entre outras atividades artísticas e culturais, além de serviços sociais.

    Além desses espaços culturais, o projeto tem ainda como realizadores a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro e o Ministério da Cultura por meio da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB).

    O lançamento interno da chamada pública, para os artistas do Museu BXD, ocorreram no dia 07/06, na Casa de Jota.

    Acompanhem as redes do projeto para acessar as atividades! https://www.instagram.com/cordelagentesocial/.

  • Quando o Quilombo vira universidade: Enraizados sedia Conferência Internacional sobre Hip Hop, Fé e Cidadania.

    Quando o Quilombo vira universidade: Enraizados sedia Conferência Internacional sobre Hip Hop, Fé e Cidadania.

    Nos dias 3 e 4 de junho de 2025, Nova Iguaçu será palco de uma conferência internacional imperdível para estudantes de pré-vestibular, universitários, educadores populares, lideranças comunitárias e integrantes de movimentos sociais: a Conferência “Hip Hop, Fé e Cidadania na Baixada Fluminense”.

    Organizada por uma poderosa rede de instituições brasileiras e norte-americanas, entre elas a Duke University, a NCCU (North Carolina Central University), o Instituto Enraizados e o Instituto Multidisciplinar da UFRRJ, o evento promete dois dias de debates potentes, trocas de saberes e celebrações culturais.

    A programação se inicia na terça-feira (3), no Quilombo Enraizados, em Morro Agudo. A partir das 9h da manhã, a comunidade é acolhida com café da manhã antes da mesa de abertura, que discutirá Educação Libertadora na Periferia Urbana, com nomes como Álvaro Nascimento (IM-UFRRJ), Patricia Cerqueira (USP) e a exibição do vídeo RapLab, de Akshay Gokul (Duke University), que mostra como o RapLab foi usado em escolas públicas de Durham, EUA.

    Na sequência, às 11h30, a mesa “Hip Hop e o Instituto Enraizados” aprofunda o legado da cultura hip hop como ferramenta de formação política e sobrevivência nas periferias e sobre as pontes entre Atlanta (Georgia) e Morro Agudo (Nova Iguaçu), com Adriano Cezario Assis (UFRRJ), Lucas Lopes e Travis Williams (Duke University).

    À tarde, a partir das 14h30, acontece a roda de conversa com os seis integrantes que participaram do intercâmbio entre Brasil e Estados Unidos. A mediação será de Dudu de Morro Agudo, e o grupo apresentará quatro produtos gerados a partir da experiência: uma exposição fotográfica, uma música inédita, um videoclipe gravado entre Brasil e EUA, e um documentário que revela os bastidores do intercâmbio.

     

    Caroline, Higordão, Dorgo, DMA e Baltar

    Às 18h30, encerrando o dia, os estudantes do Curso Popular Enraizados e integrantes da comunidade participarão de uma roda de conversa com John D. French e Travis Williams, que refletirão sobre religião, educação e política nos Estados Unidos, em tempos de Trump.

    Já na quarta-feira (4), a conferência se desloca para o Instituto Multidisciplinar da UFRRJ, também em Nova Iguaçu. Pela manhã, às 9h30, a mesa “Religião, Raça e Política” reúne nomes como Gladys Mitchell-Walthour (NCCU), Travis Knoll e John D. French, que debatem temas como a teologia da libertação e os impactos eleitorais da religiosidade na Baixada.

    Em seguida, às 11h30, será lançada a exposição “Vidas em Suspenso”, apresentada por Gabrielle Almeida, Medusza e KR7, desdobramento da pesquisa “Zona 159”, que denuncia os efeitos da crise climática nos bairros periféricos de Nova Iguaçu. Mais do que dados, são vidas atravessadas pela lama e pela torneira vazia.

    A tarde segue com a mesa “Morro Agudo e Constã: Redes comunitárias de resistência”, que traz os trabalhos de Jefferson Dantas (UFRRJ) e Linderval Monteiro (UFGD) sobre as relações entre tráfico, igrejas e política nas periferias da Baixada.

    Às 15h45, será exibido o documentário “Mães do Hip Hop: 15 anos depois”, seguido de debate com os diretores Átomo Pseudopoeta, e participantes Dudu de Morro Agudo, Lisa Castro, Kall Gomes e Léo da XIII. Às 17h, outro vídeo, “A Revolução do Livro”, sobre a luta pelas cotas nas universidades. Teremos também uma apresentação virtual com Thais Zapellini (University of Illinois) e Waleska Batista (FADISP e PUCC) falando sobre “Como o Movimento Negro ganhou no STF em 2012 com as cotas”?

    O evento se encerra com uma mesa de reflexões sobre a colaboração entre as universidades e o Instituto Enraizados desde 2009, reunindo Dr John D. French, Dr Alexandre Fortes, Dr Álvaro Nascimento, Dr Dudu de Morro Agudo e Dra Gladys Mitchell-Walthour.

    A conferência é gratuita e aberta ao público.

    Estudantes de pré-vestibulares e universidades, especialmente da Baixada Fluminense, estão convidados a ocupar os espaços, fazer perguntas, se inspirar e conectar-se com outras experiências de luta, cultura e conhecimento.

    É tempo de construir pontes e fortalecer as margens.

    📅 Data: 3 e 4 de junho de 2025
    📍 Locais: Instituto Enraizados (Morro Agudo) e IM-UFRRJ (Nova Iguaçu)
    💬 Público-alvo: Estudantes, professores, educadores populares, militantes de movimentos sociais e comunidade em geral
    🎟️ Entrada franca

    Venha refletir, aprender, rimar e transformar. A Baixada está em movimento — e você também faz parte disso.

  • Eddi MC lança três novos singles e reafirma a força do rap da Baixada Fluminense

    Eddi MC lança três novos singles e reafirma a força do rap da Baixada Fluminense

    Rapper de Belford Roxo retoma carreira solo com músicas inéditas disponíveis nas plataformas digitais

    Por DJ Fábio ACM

    Eddi MC, um dos pioneiros do hip hop na baixada fluminense do Rio de Janeiro, está de volta à cena musical com o lançamento de três faixas inéditas nas plataformas digitais. Conhecido por fundar a banda Nocaute ao lado de Nino Rap, indicada ao Grammy Latino em 2002, Eddi MC segue fiel à missão de valorizar a cultura periférica e denunciar as desigualdades sociais por meio da música.

    Natural de Belford Roxo, Eddi começou sua trajetória nos anos 1980, em meio ao boom do reggae na Baixada, mas foi fisgado pelo rap ainda jovem. Com uma carreira marcada por engajamento político, ações sociais e projetos literários, o rapper nunca se afastou da arte. Agora, ele se reinventa em carreira solo, com produção independente, e mostra que sua mensagem segue atual e raiz.

    “Éramos Reis”: diálogo Brasil-África sobre racismo e resistência

    Link: https://open.spotify.com/intl-pt/track/1vNfLocSuswr3MomNvwwWO?si=47ebe387b6764746

    A primeira faixa lançada, “Éramos Reis”, é uma parceria internacional com o rapper moçambicano BIG MASTER C. Produzida por Bira Andrade, a música carrega uma lírica combativa e poética, denunciando o racismo estrutural. O encontro entre os dois artistas – um brasileiro, outro africano – reafirma os laços históricos de um povo que resiste e reivindica seu legado:

    “Éramos reis, e hoje são poucos os presidentes.
    Éramos reis no nosso continente, Brasil do procedente
    (…)
    Ao redor do mundo, ao redor do planeta
    A cor do dinheiro quase nunca é nota preta”

    O encontro entre as vozes de Eddi e Big Master C, reconhecido como “o rapper mais ligeiro da África”, une dicção afiada com consciência crítica, num diálogo entre continentes unidos por história e luta.

    “A Baixada Nunca Se Rende”: poesia da favela vira canção

    Link: https://open.spotify.com/intl-pt/track/1h1jGEj1dFtHX59yZ6t9CU?si=0ddb4d5235144347

    A segunda música, “A Baixada Nunca Se Rende”, nasce de um poema da veterana Celeste Estrela, artista mineira radicada há mais de 40 anos na favela de Manguinhos. A faixa, com produção de Du-Brown, mistura ritmos da música nordestina — zabumba e triângulo — com batidas eletrônicas da Roland 808, criando um rap híbrido e poderoso.

    “A Baixada sonha com igualdade social
    A baixada não se rende, não
    A baixada quer carinho, quer amor e atenção”

    Celeste, autora do livro Coroação Preta, é símbolo da resistência cultural da favela, e sua colaboração com Eddi MC reforça a pluralidade de vozes que compõem o cenário artístico da Baixada. A canção é um hino à periferia, à luta por dignidade e ao afeto que nasce em territórios constantemente estigmatizados.

    “Beatbox – o sexto elemento”: rap e rock para celebrar o hip hop

    Link: https://open.spotify.com/intl-pt/track/55dQUuu27OE74yD0WyVt86?si=15a4c503eafe4c5f

    A terceira novidade é “Beatbox – o sexto elemento”, faixa que reúne o rap com o rock — marca da antiga banda Nocaute — e presta homenagem ao beatbox, elemento fundamental da cultura hip hop. Produzida por Du Brown, a música conta com a participação do guitarrista Jailson Lisboa, também da Baixada (São João de Meriti), e evoca a tradição de unir estilos como fizeram Run DMC e Aerosmith em 1986.

    “Rap, DJ, break, conhecimento, grafite, beatbox – sexto elemento
    O beatbox dá um clima na roda
    Bota as ruas no centro, por isso que incomoda”

    A faixa celebra a inventividade do beatbox como caixa de som humana e reforça o papel do hip hop como movimento educacional e ancestral.
    Ainda sobre o Beatbox, Eddi MC lançou em 2007 o curta-metragem Beat Box – O Sexto Elemento, produzido de forma independente no morro do Cantagalo, no Rio de Janeiro. O filme registra uma versão do Hino Nacional em ritmo do rap, interpretada por crianças de um projeto social da comunidade. Com menos de 15 minutos, o curta foi exibido em festivais no Brasil e na Holanda, e reforça o poder transformador da cultura hip hop e das tecnologias acessíveis no audiovisual.

    Para assistir, acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=bF5TN-78YVI

    Resistência, arte e história viva

    Além das novas músicas, Eddi MC segue ativo como escritor e militante cultural. Ele é autor de um capítulo no livro A Força das Falas Negras e integra o coletivo Baixada Nunca Se Rende, voltado à valorização dos artistas e da produção cultural da região.

    O retorno de Eddi MC não é apenas musical: é um manifesto. Sua voz ecoa por escolas, favelas e centros culturais da Baixada, reafirmando que o hip hop continua sendo ferramenta de transformação e resistência.

    Os três singles já estão disponíveis nas principais plataformas de streaming. Para quem acompanha a história do rap nacional e valoriza a força da cultura periférica, esse é um retorno que merece ser celebrado — e ouvido no volume máximo.

    Sobre o Beatbox: a bateria humana da cultura Hip Hop

    O beatbox é uma forma singular de expressão musical, nascida dentro da cultura Hip Hop nos anos 1980, em Nova York. Trata-se da arte de criar batidas, ritmos e sons apenas com o uso da boca, lábios, língua, garganta e passagem nasal. Segundo Kuhns (2014), o beatbox simula os elementos da percussão, utilizando o corpo como instrumento — por isso, também é conhecido como instrumento humano. Geralmente, é praticado por MCs e outros integrantes do Hip Hop que exploram ao máximo as possibilidades sonoras da voz.

    Inspirado nas drum machines, caixas eletrônicas de ritmo que eram caras e inacessíveis à juventude negra e periférica, o beatbox surgiu como uma alternativa criativa e acessível. Daí vem o nome “Human Beatbox”: pessoas que imitavam os sons dessas máquinas com a própria voz.

    Artistas como Doug E. Fresh e Darren “Buffy” Robinson, do grupo Fat Boys, foram pioneiros no uso da técnica, ajudando a expandir sua popularidade e sofisticação. Outros nomes como Bobby McFerrin também contribuíram para o desenvolvimento da arte vocal em outros gêneros, como o jazz.

    No Brasil, o beatbox ganhou força a partir dos anos 1990 e 2000, com nomes como Fernandinho Beatbox, de São Paulo, e Fábio Carrão, do Rio de Janeiro, que se destacaram em batalhas, shows e oficinas educativas, formando gerações de novos beatboxers.

    Os elementos básicos do beatbox são o bumbo, a caixa e o chimbal. O bumbo é produzido com pressão labial e explosão de ar ao pronunciar letras como “p” ou “b”. A caixa vocal se aproxima do som agudo de uma tarola, usando variações como “pf”, “psh” ou “ps”. Já o chimbal simula pratos de bateria e pode ser criado com as consoantes “t”, “k” ou “ch”.

    Referências:
    BETHÔNICO, Jalver. Beatbox em Loop: Crescimento de ideias e seu desdobramento na arte digital e no design sonoro. Texto Digital: Florianópolis, v. 5, n 1, p.248-275, jul. 2013.
    DEHNHARD, Tilmann. Tilmann Dehnhard: Flutebeatboxing for flute. Universal Edition, 2015.
    KUHNS, Christopher. Beatboxing and flute: Its history, repertoire, and pedagogical importance. Tese de doutorado em música, Frorida State University College of Music, Florida, 2014.
    VÁZQUEZ, Óscar. Método de Flutebox: El método para aprender y enseñar flauta beatbox. Espanha, Guzmán el bueno, 2017.
    Revista África e Africanidades – Ano I – n. 2 – Agosto. 2008 – ISSN 1983-2354
    LUDDENS, Douglas. Celeste Estrela. Wiki Favelas – Dicionário de Favelas Marielle Franco.

    Disponível em: https://wikifavelas.com.br

  • Não é só tragédia que acontece aqui

    Não é só tragédia que acontece aqui

    Hoje, mais uma vez, recebo no meu WhatsApp um vídeo terrível de um assassinato ocorrido no meu bairro.

    Veio de todo lugar: da vizinhança, de conhecidos, de gente que mora no exterior. O que mais me incomoda não é só a violência, porque, infelizmente, ela é parte do cotidiano das periferias do Brasil — vinda tanto do Estado quanto de justiceiros autoproclamados. O que mais dói é ver como a mídia tradicional aproveita esses episódios para reforçar a mesma narrativa de sempre: a de que o nosso território é sinônimo de barbárie.

    Não é coincidência.

    Existe uma escolha editorial deliberada em mostrar apenas a dor, a morte, o medo. As câmeras apontam para os tiros, mas ignoram as sementes que florescem. Ignoram a potência que existe nos becos e vielas, na arte, no conhecimento, na construção coletiva.

    É preciso compreender que a construção da imagem pública de um território não é neutra: ela é um projeto. A cobertura midiática que insiste em retratar a Baixada Fluminense como um campo de guerra não apenas ignora as manifestações de vida, criatividade e resistência que florescem aqui, como também contribui para a manutenção de políticas públicas de abandono.

    Ao associar continuamente a periferia à violência, alimenta-se o medo, justifica-se a ausência do Estado na promoção de direitos e estimula-se a lógica do controle armado e da repressão como única resposta possível. Esse apagamento sistemático de iniciativas como o Instituto Enraizados — que promove educação, arte, cultura e autonomia — não é fruto do acaso, mas da escolha por manter invisível o que ameaça a lógica dominante: a potência organizada das periferias.

    Enquanto a imprensa noticia com gosto as mortes — muitas vezes com requintes de espetáculo —, a própria população local, consciente ou inconscientemente, reforça o estigma impresso pela narrativa midiática ao compartilhar incansavelmente a “notícia tenebrosa”. Enquanto isso, a menos de 1km do local onde o crime aconteceu, o Instituto Enraizados — uma associação cultural fundada no coração de Morro Agudo — realizava, silenciosamente, o que a imprensa não mostra, como consta abaixo.

    Somente em 2025, realizamos:

    1. Um seminário internacional em parceria com uma das universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos, a Duke University, levando cinco jovens para se apresentarem artisticamente, compartilharem pesquisas feitas no bairro e promoverem intercâmbio cultural com jovens de outros países;
    2. Três edições do Sarau Poetas Compulsivos, que há mais de 10 anos cultiva a literatura na Baixada Fluminense;
    3. Uma edição do evento “Poesia, Rap & Samba”, celebrando a cultura preta em todas as suas linguagens;
    4. Uma edição do Acampamento Musical, reunindo 30 artistas do estado, incluindo moradores da Providência e dos Prazeres;
    5. Uma edição do Cine Tela Preta, um cineclube com curadoria de filmes dirigidos e protagonizados por pessoas negras;
    6. Aulas de teatro em parceria com o Projeto Teatro Nômade;
    7. Seis masterclasses com temas como Produção Cultural e Justiça Ambiental;
    8. Mais de 50 aulas no Curso Popular Enraizados, nosso pré-vestibular comunitário, que já ajudou mais de 20 jovens a entrarem na universidade;
    9. E, pra fechar, nos dias 3 e 4 de maio, realizamos o Festival Caleidoscópio, com 24 horas de programação e cerca de 100 artistas se apresentando, tudo produzido por 30 jovens formados no nosso curso de produção cultural.

    Duas curiosidades que a imprensa ignorou:

    • Entre 1º de fevereiro e 4 de maio de 2025, cerca de 2 mil pessoas passaram pelo Quilombo Enraizados — e nenhuma briga foi registrada.
    • Em 25 anos de história, jamais houve uma confusão sequer nas atividades promovidas pelo Instituto Enraizados.

    Ou seja, não é a violência que nos reje, nossa potência definitivamente não está na violência, mas na produção de arte e de experiências culturais ricas.

    Veja bem, mesmo com assessoria de imprensa contratada, quase não houve cobertura para o nosso festival — salvo pelas nossas próprias ações de comunicação, que, ainda assim, conseguiram alcançar quase 200 mil contas apenas no Instagram, ao longo de um mês de produção intensa.

    Nenhuma matéria destacou nossas conquistas. Nenhuma chamada de capa. Nenhuma nota de rodapé. Nenhuma mensagem de parabéns, nenhum aplauso. O silêncio é ensurdecedor.

    Mas basta uma voz alterada, um mal-entendido ou um suposto conflito para que os holofotes se acendam. Aí sim, viriam as manchetes, os compartilhamentos em massa, os julgamentos apressados, os dedos apontados.

    Porque para a lógica perversa da grande mídia — e muitas vezes, da própria opinião pública —, a periferia só interessa quando está sangrando. Quando está produzindo, educando, festejando, reinventando o mundo… isso não vira notícia.

    Por isso, repito sempre: a periferia precisa contar suas próprias histórias.

    Precisamos deixar de reproduzir o discurso do opressor e reconhecer nosso papel como produtores de cultura, afeto, resistência e vida. E quando digo que precisamos narrar a nós mesmos, não é por vaidade ou orgulho identitário — é por estratégia de sobrevivência.

    Porque enquanto a violência mobiliza manchetes e reforça políticas de medo e controle, é a nossa capacidade de organização, de coletividade e de criação que verdadeiramente transforma o território. Quando tomamos para nós o direito à palavra, ao microfone, à caneta e à câmera, não apenas mudamos o enredo — reescrevemos o final.

    A imprensa vende desgraça. Nós plantamos futuro.

  • Ritual Sonoro estreia com “Unidade” e celebra a força ancestral da música preta brasileira

    Ritual Sonoro estreia com “Unidade” e celebra a força ancestral da música preta brasileira

    Coletivo de Brasília lança seu primeiro single no Dia do Trabalhador, fundindo reggae, hip hop e espiritualidade com mensagem potente contra o racismo

    Uma estreia com propósito

    O coletivo Ritual Sonoro lançou, em 1º de maio, o single “Unidade”, que marca sua estreia oficial no cenário musical. Produzida por DJ Fábio ACM, é um manifesto que une beats digitais, tambores ancestrais e letras que evocam a força da cultura afro-brasileira.

    “A criação do coletivo Ritual Sonoro se dá na virada de 2023 para 2024, de um jeito informal. É fruto de dez anos de parceria minha com o Erik Schnabel. A gente foi forjando essa amizade, essa sociedade, até o momento de consolidar em um projeto maior”, conta Pleno, idealizador e MC do grupo.

    Reggae e Hip Hop como caminhos para a ancestralidade

    Erik Schnabel, também fundador do coletivo, reforça que o projeto é o resultado de uma longa trajetória:

    “O reggae foi minha primeira escola, abracei o estilo como forma de expressão. E quando me envolvi com o hip hop, ao ver a roda, o improviso, a ideologia, via paralelos com outras manifestações afro-diaspóricas”.

    Segundo ele, Unidade nasceu de uma imersão pessoal e criativa.

    “Quando a inspiração veio mesmo, foi em uma madrugada. Me imaginei num cenário metafórico e fui descrevendo o que via, tentando agregar significados. Unificar símbolos da resistência indígena, afro-brasileira, de reconexão e resistência”, relata Schnabel.

    Um projeto coletivo que nasce das vivências

    O Ritual Sonoro se consolidou como coletivo, selo, banda e movimento cultural. A proposta é promover uma cena musical ligada à ancestralidade, à espiritualidade e à luta contra o racismo, unindo artistas de diferentes origens em torno da música como ferramenta de transformação social.

    “A gente começou a atuar com produção de eventos, misturando nossos trabalhos e levando nossos códigos. E, ao conhecer o DJ Fábio ACM, conseguimos expandir para a música autoral e gravar nosso primeiro volume”, afirma Pleno.

    “Ritual Sonoro é fruto de várias vivências e de outras iniciativas que ensinaram muito. Um selo, uma marca, uma banda. Nosso lema é ser a ponte entre o roots e o digital”, completa Erik.

    Lançamento e próximos passos

    Unidade conta com vocais de Afroragga, além de Pleno e Schnabel. A faixa abre caminho para o primeiro álbum do coletivo, previsto para sair ao longo de 2025, com cinco faixas e participações de artistas do DF, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Jamaica.

    “A letra da Unidade é inspirada em um estudo sobre a história brasileira. Não tem como falar de cultura de resistência sem falar de racismo. Onde o Ritual Sonoro tiver, é fogo nos racistas”, enfatiza Pleno.

    Show gratuito em Brasília

    O primeiro evento de lançamento com o novo material acontece no dia 17 de maio, no espaço Baixo Norte – Livros & Discos, na 411 Norte de Brasília. O encontro terá entrada gratuita e contará com roda de conversa, discotecagem com DJ Fábio ACM, pocket show e audição exclusiva de outras faixas do álbum.

    SERVIÇO

    Baixo Norte Convida Ritual Sonoro
    📍 Local: Baixo Norte – SQN 411 Norte, Bloco E, Loja 29 – Brasília
    📅 Data: 17 de maio (sábado)
    🕓 Horário: 16h às 22h
    🎟 Entrada: Gratuita
    🔊 Atrações: Roda de conversa, DJ set, show e audição de músicas do álbum

    Acompanhe e apoie
    Ritual Sonoro: @ritualsonoro
    Pleno: @plenomc
    Erik Schnabel: @schnabel.music
    Afroragga: @afroraggafm

    https://open.spotify.com/track/7alkNOPm5X9zryUAJDKlOo?si=CNqCG07DRKSAHvyNglvx7Q

  • Campanha “Vidas em Suspenso na Baixada” nasce com potente Master Class sobre Emergência Climática

    Campanha “Vidas em Suspenso na Baixada” nasce com potente Master Class sobre Emergência Climática

    A tarde desta quarta-feira (16) foi marcada por uma aula histórica no Quilombo Enraizados. A Master Class “Mudanças Climáticas e o Caminho da Água na Baixada”, com a geógrafa Juliana Coutinho e o professor e ambientalista Alex Vieira, não apenas provocou reflexões profundas como também lançou a semente de uma nova frente de ação: a campanha “Emergência Climática: Vidas em Suspenso na Baixada – Entre a Lama e a Torneira Vazia”.

    A atividade, que faz parte da formação do CPPEC (Curso Prático de Produção de Eventos Culturais) e da décima edição do Festival Caleidoscópio, reuniu alunos, educadores, artistas e lideranças da região para um debate sobre a crise hídrica e os desastres ambientais que assolam os territórios periféricos. Entre dados, experiências e provocações, ficou evidente que a Baixada Fluminense vive uma emergência climática invisibilizada, onde o racismo ambiental e a negligência do poder público se misturam com o sofrimento cotidiano da população.

    Foi a partir dessa aula que nasceu a campanha. O incômodo coletivo virou ação.

    Uma campanha para dar nome ao que vivemos

    A Campanha Emergência Climática: Vidas em Suspenso na Baixada – Entre a Lama e a Torneira Vazia tem como objetivo mobilizar, sensibilizar e informar a população sobre os impactos diretos das mudanças climáticas em nosso território – com foco nas enchentes, na escassez de água e no sofrimento muitas vezes invisível da saúde mental das famílias.

    Entre os principais eixos da campanha, estão:

    • 4 Master Classes com especialistas em clima, território, racismo ambiental e políticas públicas;

    • Exposição imersiva presencial com fotos, vídeos e relatos sobre as enchentes;

    • Galeria digital no Instagram, construída com moradores e artistas da Baixada;

    • Publicações no Facebook, voltadas especialmente para o público dessa rede, que costuma ser o público mais experiente;

    • Atos simbólicos e intervenções urbanas que estimulem empatia e reflexão;

    • Lançamento de uma publicação final, com falas, registros e relatos do processo.

    Próxima Master Class já é parte da campanha

    Na próxima terça-feira, 23 de abril, às 14h, o Quilombo Enraizados recebe mais uma Master Class imperdível do CPPEC – Curso Prático de Produção de Eventos Culturais.

    Com o tema “Mudanças Climáticas e Soluções Urgentes”, essa aula vai nos provocar a refletir sobre as transformações climáticas que já estão afetando diretamente nossas vidas, especialmente nas periferias, e pensar juntos quais caminhos podemos trilhar para resistir e agir.

    Para esse papo potente, convidamos duas referências em suas áreas de atuação:

    🌿 Johari Silva – Ativista LGBTQIAPN+, comunicador, educador popular, mobilizador e pesquisador social, com uma trajetória marcada pelo engajamento nas lutas por justiça climática e direitos humanos.
    🏙️ Tainá Michelino – Formada em Arquitetura e Urbanismo, atua com inovação social e projetos urbanos que impactam positivamente as comunidades, especialmente nas periferias de Nova Iguaçu.

    Esta atividade integra a a campanha “Emergência Climática: Vidas em Suspenso na Baixada – Entre a Lama e a Torneira Vazia”, que tem como foco discutir os impactos da crise climática na saúde mental das populações periféricas, promovendo informação, cuidado e mobilização coletiva.

    📍 Local: Quilombo Enraizados – Morro Agudo, Nova Iguaçu
    🗓️ Data: 23 de abril de 2025
    🕒 Horário: 14h
    🎟️ A entrada é gratuita, mas as vagas são limitadas!
    Garanta já a sua!
    Inscrições: https://www.sympla.com.br/evento/master-class-mudancas-climaticas-e-solucoes-urgentes/2920815

    Participe da campanha

    Se você mora na Baixada ou área da região metropolitana do Rio de Janeiro, já enfrentou enchente, falta d’água, ou simplesmente quer fortalecer essa luta, participe do grupo da campanha no WhatsApp e ajude a construir coletivamente essa mobilização.

    Acesse o grupo aqui:
    https://chat.whatsapp.com/L9MGJss8xpMEhFpJMDFAjH


    Não é só sobre o clima. É sobre território, memória e sobrevivência.
    É sobre não deixar que nossas vidas sigam em suspenso entre a lama e a torneira vazia.

  • Festival Caleidoscópio X: Masterclass promove reflexão prática sobre produção cultural e finanças pessoais

    Festival Caleidoscópio X: Masterclass promove reflexão prática sobre produção cultural e finanças pessoais

    No dia 09 de abril, às 14h, será realizada a primeira masterclass do Festival Caleidoscópio 2025, também chamado de Festival Caleidoscópio X, em celebração à sua décima edição.

    A iniciativa é do Instituto Enraizados, com patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, viabilizado por meio de uma emenda parlamentar do deputado estadual Andrezinho Ceciliano, atual prefeito de Paracambi.

    O encontro será transmitido ao vivo pelos sites do Festival Caleidoscópio e do Instituto Enraizados, com inscrição gratuita pelo Sympla.

    A atividade faz parte do Curso Prático de Produção de Eventos Culturais (CPPEC) e tem como tema “Os desafios da produção cultural e da gestão financeira na vida real”. A masterclass será dividida em duas aulas de 30 minutos, com Sabrina Azevedo abordando os dilemas e estratégias do dia a dia da produção cultural, e Felipe Guimarães compartilhando caminhos práticos para uma organização financeira mais saudável e possível. Ao final, haverá 30 minutos de interação com o público.

    A proposta é fortalecer o conhecimento e a prática dos participantes, trazendo para o centro do debate a vida real dos produtores e artistas periféricos. Sem fórmulas prontas, a masterclass foca na experiência concreta, abordando temas muitas vezes negligenciados em formações tradicionais, e parte do princípio de que a produção cultural é, antes de tudo, feita por pessoas com trajetórias complexas, que enfrentam múltiplos desafios.

    Público prioritário e inscrições

    A atividade é aberta ao público, mas foi pensada especialmente para jovens a partir dos 18 anos, da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com foco em pessoas pretas, mulheres e integrantes da comunidade LGBTQIAPN+ — respeitando o compromisso do festival com a diversidade.

    Serão disponibilizadas duas formas de participação: online, com inscrição pelo Sympla, e presencial, com 50 vagas limitadas. Não há nenhum pré-requisito além da vontade de participar.

    Troca real, com pessoas reais

    Mais do que uma palestra, a masterclass quer provocar uma reflexão profunda e prática sobre como as pessoas lidam com o trabalho na cultura e com suas finanças. “A ideia é que os participantes possam aplicar o que aprenderem não só na sua vida pessoal, mas também no desenvolvimento do Festival Caleidoscópio e de outros projetos futuros”, afirma Dudu de Morro Agudo, coordenador do Instituto Enraizados.

    A proposta é que essa e as próximas masterclasses também tenham um impacto transformador — fortalecendo trajetórias e promovendo o crescimento pessoal e coletivo dos participantes.

     

    SERVIÇO:

    Master Class: Os desafios da produção cultural e Gestão financeira
    Palestrantes:
    Sabrina Azevedo e Felipe Guimarães
    Quando:
    09 de abril, às 14 horas.
    Onde: Quilombo Enraizados – Rua Presidente Kennedy, 41, Morro Agudo, Nova Iguaçu, RJ

    INSCRIÇÕES:

    🔹 Presencial – vagas limitadas
    📍 Link de inscrição:
    👉 https://www.sympla.com.br/evento/master-class-desafios-da-producao-cultural-e-gestao-financeira/2899519

    🔹 Online – transmissão ao vivo pela internet
    📍 Link de inscrição:
    👉 https://www.sympla.com.br/evento/master-class-desafios-da-producao-cultural-e-gestao-financeira-on-line/2899561