sábado, 23 novembro, 2024

A melhor educação do mundo é gratuita. Tá duvidando?

Os últimos números referentes à educação no Brasil, mostrou que temos que nos reinventar seriamente se quisermos melhorar um pouco nesse quesito, basta ver alguns exemplos que são visíveis, mas que passam longe da TV aberta.

Bom, então vamos lá:

A Finlândia tem a melhor educação do mundo. Lá todas as crianças tem direito ao mesmo ensino, seja o filho do empresário ou o filho do garçom. Todas as escolas são públicas-estatais, eficientes, profissionalizadas. Todos os professores são servidores públicos, ganham bem e são estimulados e reconhecidos. Nas escolas há serviços de saúde e alimentação, tudo gratuito.

Na Finlândia a internet é um direito de todos. A Finlândia se destaca em tecnologia mais do que os Estados Unidos. Sim, na Finlândia se paga bastante impostos: 50% do PIB.

O país dá um banho nos Estados Unidos da América em matéria de educação e de não corrupção. Na Finlândia se incentiva a colaboração, e não a competição. Mas os neoliberais-gerenciais, privatistas, continuam a citar os EUA como modelo.

Difícil o Brasil chegar perto do modelo finlandês? Quase impossível. Mas qual modelo devemos perseguir? Com certeza não pode ser o da privatização.

Acaba de sair um levantamento sobre educação no mundo feito pela editora britânica que publica a revista ECONOMIST. É um comparativo no qual foram incluídos países com dados confiáveis suficientes para que se pudesse fazer o estudo. Você pode adivinhar em que lugar o Brasil ficou. Seria rebaixado, caso fosse um campeonato de futebol.

O Brasil disputou a última colocação com o México e a Indonésia.

Surpresa? Dificilmente.

20140703-00-samucaAssim como não existe surpresa no vencedor. De onde vem? Da Escandinávia, naturalmente – uma região quase utópica que vai se tornando um modelo para o mundo moderno.
Foi a Finlândia a vencedora. A Finlândia costuma ficar em primeiro ou segundo lugar nas competições internacionais de estudantes, nas quais as disciplinas testadas são compreensão e redação, matemática e ciências.

A mídia internacional tem coberto o assim chamado “fenômeno finlandês” com encanto e empenho. Educadores de todas as partes têm ido para lá para aprender o segredo.

Se alguém leu alguma reportagem na imprensa brasileira, ou soube de alguma autoridade da educação que tenha ido à Finlândia, favor notificar. Nada vi.

Funções básicas no sistema finlandês:
1) Todas as crianças têm direito ao mesmo ensino. Não importa se é o filho do premiê ou do porteiro;
2) Todas as escolas são públicas, e oferecem, além do ensino, serviços médicos e dentários, e também comida;
3) Os professores são extraídos dos 10% mais bem colocados entre os graduados;
4) As crianças têm um professor particular disponível para casos em que necessitem de reforço;
5) Nos primeiros anos de aprendizado, as crianças não são submetidas a nenhum teste;
6) Os alunos são instados a falar mais que os professores nas salas de aula (Nos Estados Unidos, uma pesquisa mostrou que 85% do tempo numa sala é o professor que fala).

Isto é uma amostra, apenas.

Claro que, para fazer isso, são necessários recursos. A carga tributária na Finlândia é de cerca de 50% do PIB. (No México, é 20%. No Brasil, 35%.)

Os escandinavos formaram um consenso segundo o qual pagar impostos é o preço – módico – para ter uma sociedade harmoniosa.

Não é à toa que, também nas listas internacionais de satisfação, os escandinavos apareçam sistematicamente como as pessoas mais felizes do mundo.

Quem sabe nossos políticos já que ganham tantas passagens gratuitas, aproveitem e passem uma temporada nessa parte da Europa e tomem um pouco de vergonha na cara.

Sobre Samuca Azevedo

O coteúdo deste texto não reflete a opinião do Portal Enraizados ou do Instituto Enraizados, e é de inteira responsabilidade do autor. Samuel Azevedo é ator e produtor cultural, atualmente é Presidente do Instituto Enraizados.

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