quinta-feira, 7 novembro, 2024

As máscaras do Brasil Racista estão caindo. É hora do RAP militante entrar em cena

Tenho acompanhado – e não é de hoje – todas as manifestações racistas que têm acontecido no Brasil, e desta vez não estou falando do racismo velado contra o povo preto, aquele em que o empregador pede boa aparência para uma vaga de emprego pautado no padrão de beleza europeu, ou o(a) homem/mulher que diz não ser racista, mas relacionamento com preto(a), só se for como amigo(a), ou até mesmo em forma de piadas vexatórias.

Estou falando das pessoas que deixam “claro” que não gostam de nós pretos, pelo simples fato de sermos PRETOS.

Os últimos acontecimentos me causaram um mal estar porque foram veiculados na mídia convencional, mas – no meu ponto de vista – estão cada vez mais tomando um viés natural.

O Brasil está naturalizando o racismo.

Os casos abaixo ficaram em evidência essa semana:

  1. Casal inter-racial foi humilhado na rede social simplesmente por serem de etnias diferentes, foram mais de 1000 mensagens racistas que o casal de adolescentes recebeu. Ninguém foi punido.
  2. Goleiro Aranha foi agredido com palavras racistas durante o jogo entre Santos e Grêmio. Esse foi o caso mais comentado na TV e nas redes sociais. Ninguém foi punido.
  3. Deputada e sambista Leci Brandão, que foi agredida com palavras racista nas redes sociais. Ninguém foi punido.

Se é que posso dizer que algo me deixou feliz nisso tudo, foi ouvir o goleiro Aranha dizer que ele aprendeu a exigir os seus direitos e a se respeitar, ouvindo rap.

Isso mostra o verdadeiro valor que o rap tem, o rap que não vai pra TV, mas que literalmente salva vidas e forma o cidadão preto para encarar o mundo racista.

É… as máscaras do Brasil Racista estão caindo.

Sobre Dudu de Morro Agudo

Rapper, educador popular, produtor cultural, escritor, mestre e doutorando em Educação (UFF). Dudu de Morro Agudo lançou os discos "Rolo Compressor" (2010) e "O Dever Me Chama" (2018); é autor do livro "Enraizados: Os Híbridos Glocais"; Diretor dos documentários "Mães do Hip Hop" (2010) e "O Custo da Oportunidade" (2017). Atualmente atua como diretor geral do Instituto Enraizados; CEO da Hulle Brasil; coordenador do Curso Popular Enraizados.

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