Nesta nova coluna no Portal Enraizados, eu gostaria de iniciar batendo mais uma vez na tecla que tenho espancado aos montes: comunicação e cultura.
Pois bem. Aqui na Baixada Fluminense, eu e outros milhares, somos poucos contemplados pelos meios de comunicação convencionais. Quer ver?
Jornais: nos põe em suas capas para falar de chacinas e festas de grandes casas nos seus “cadernos culturais”.
Revistas: sequer falam de nós!
Rádios: empurram hits por nossa goela abaixo e enfatizam eventos de grandes produtoras.
Televisão: vem aqui quase todos os dias, mas, na maioria das vezes, busca por narrativas que envolvem crimes violentos ou buracos na rua.
E o nosso posicionamento sobre essa situação? Parte de nós sofre. Outra parte reclama, reclama e reclama. Outra pequeníssima parte mobiliza uma galera para mudar o quadro, porém, não fecha com fulano, porque fulano fecha com ciclano, que por sua vez, é uma intriga ideológica. Aí o bonde desanda.
É possível fazer uma analogia com o que está acontecendo no Grande Rio: os policiais estão tomando e dando tiro, os traficantes estão tomando e dando tiro, e os jovens, pais e mães de família de territórios populares estão tomando tiro sem atirar em ninguém. Conclusão? Todos estão fodidos nessa porra, socorridos na mesma ambulância – se não forem arrastados, claro – e enterrados no mesmo cemitério. E o inimigo, de “bouas”, tomando uísque escocês na Vieira Souto. Ou no helicóptero do governo.
Então é isso. Na guerra de egos da nossa comunicação cultural, está todo mundo armado – com smartphones, notebooks e câmeras – e disparando tiros em tudo e todos. Posso estar no meio do tiroteio agora mesmo. Escrever este texto é atirar no “mulão” e esperar que muitos sejam atingidos.
Parceiro, saiba: nós temos WordPress, Facebook, Twitter, YouTube, Tumblr, Google+, etc. São ambientes que alcançam milhões de pessoas no mundo inteiro, mas que também alcançam milhares e milhares de outras pessoas aqui na nossa própria região.
O que precisamos? Formação? Mira (Foco)? Engajamento? Sinceramente, eu gostaria de trocar ideias e encontrar as respostas junto com vocês. Será que estamos perdendo tempo reclamando das mídias de massa? Será que o caminho da afirmação faria melhor efeito que o caminho da negação?
O que consigo dizer é que temos um arsenal pesado em nossas mãos e que precisamos usá-lo com muita responsabilidade. Mesmo. E que estamos do mesmo lado, portanto, nada de intrigas com os coleguinhas. Vamos dialogar e fazer acontecer, morô?
Só irei sossegar quando a comunicação cultural da Baixada Fluminense alcançar a massa de habitantes e se tornar referência em toda a metrópole, ou melhor, em todo o país. Fecha comigo?
Peço perdão pela subjetividade do texto e pela confusão – proposital – que ele pode ter te causado´. Já é? Seria muito importante conhecer a tua opinião sobre o tema, por isso, a área de comentários está livre para explanações, ok? Nos vemos na próxima quarta.
Forte abraço!