Malas, passaportes, equipamentos e disposição; alguns dos ingredientes que o #ComboIO trouxe consigo para Nancy, comuna que fica na região de Lorraine, na França. 11 horas de vôo até Amsterdã, mais 40 minutos voando de Amsterdã para Luxemburgo, e cerca de 45 minutos de carro até Nancy e, por mais desgastante que fosse a viagem e suas rotinas, como passar pela Alfândega e pelo departamento de imigração de Amsterdã e uma revista ao chegar em Luxemburgo, e ir de carro até a França, a sensação foi de satisfação.
Satisfação em colocar os pés em território francês e perceber que toda a correria que tivemos nos últimos meses para isso acontecer, valeu de verdade. DMA, Léo Da XIII e Dumontt, já vieram à França, e o Bruno Thomassin é o francês mais brasileiro que conheço, essa é minha primeira viagem internacional e a primeira vez em que viajo de avião. Dudu me avisou para vir com a mente aberta pra absorver tudo que parecer novo para mim. O choque cultural é muito interessante, culturas diferentes e semelhantes ao mesmo tempo. “Aqui o pão francês se chama pão e o pão francês que a gente come no Brasil, aqui se chama pão brasileiro”, concluiu o Bruno quando fomos à padaria e demos algumas risadas.
Existe um costume bacana de se visitar as pessoas: “Ah, vou ali na casa do fulano só pra falar um oi, bater um papo e depois volto pra casa”. Estamos na casa do nosso amigo, o cantor e músico Alias Poet e sempre aparece alguem aqui pra visitar, e tambem rola o Aperrô (lê-se festa americana de francês, cada um traz algo pra preparar pra comer). E por falar em comida, comi um Kebab… vamos dizer que é um X-Tudo, só que com um pouco mais que tudo.
Nessa primeira semana aqui, fizemos bastante coisa, conhecemos o bar-restaurante Le Royal, e fomos convidados para participar de um encontro de Slam Poetry que acontece uma vez por mês e lembra como organizamos os saraus literários aqui no Brasil. Fomos na sede da MJC no Alto do Coelho, e conhecemos o Uzy Down, rapper, produtor e videomaker e já fechamos uma parceria musical que deve contar com um videoclipe tambem.
A barreira do idioma não é tão presente quando as pessoas daqui tambem têm interesse de aprender nossa língua. Ontem, ministrei meu primeiro workshop como DJ para crianças e muitos deles no final perguntavam à tradutora como se agradecia em português e o mais legal não era ouvir “muito obrigado”, mas sim ver a molecada feliz por ter aprendido à falar.
Quando se tem dificuldade a gente dá um jeito, ou pede ajuda ao Bruno, ou se vira nos 30. Anteontem, por exemplo, foi o dia em que mais quebrei a barreira de idiomas. Falei em inglês com um francês, falei português brasileiro com um português de Portugal que mora na França, e falei “inglêsinhol” com um espanhol descendente de portugueses que estava bêbado.
Por enquanto estamos na casa do Poet, pra fazermos parceria e ficar mais próximo aos locais dos eventos que iremos participar, mas tem um apartamento disponível para nós no Alto do Coelho, gentilmente cedido pela MJC, onde poderemos ficar quando acontecerem atividades constantes por aquela área. Gravamos junto com o Poet uma reportagem para o canal fr France 3, e tiramos uma foto para o Jornal Est Republican, para divulgar nossa estadia aqui e divulgar o nosso primeiro show aqui na França, num evento realizado pela L’^le aux bombes, produtora francesa que realiza eventos e promove artistas.
Conheci o T.O.T.E.M, que é um centro de referência em cultura urbana da região, é um espaço cultural que ocupa as instalações de uma antiga fábrica de cerveja e reúne pessoas do teatro e de diversos gêneros musicais e manifestações artísticas; lá eu conhecemos o Julian, que tem um trailer repleto de instrumentos musicais feitos com materiais reciclados e fizemos um barulho por lá. Tenho registrado tudo o que tenho visto de legal na cultura de Nancy, como graffiti, lifestyle, música e arte em geral; quem me acompanha pelas redes sociais vai poder conferir todos esses registros.
à bientôt