quinta-feira, 7 novembro, 2024

Combos Comercializáveis: novos modelos de negócios surgem da periferia

Já ouviu falar em #Combos Comercializáveis? Não? Então se liga nesse post, pois tive uma idéia que vem dando certo e quero compartilhar com vocês que fazem música, trabalham com comunicação – no twitter, facebook e blogs – e ainda têm que arrumar uma maneira criativa de sobreviver com isso tudo.

Analisando alguns dos motivos de não ter emplacado uns projetos, me deparei com um fato um tanto quanto curioso, que diz respeito ao tamanho do tal projeto e ao tempo de produção de cada obra. Percebi que cada CD “deve” ter no mínimo 10 faixas, que levam entre 15 e 20 dias para serem produzidas, partindo do princípio que se é respeitado todos os processos e de que nada dará errado. Quase sempre esse processo começa num pique e depois vai esfriando.

Nos shows de rap que vejo, faço e participo no Rio de Janeiro e em alguns estados brasileiros, os artistas costumam cantar em média 04 músicas, isto é, ele fica quase 12 meses gravando um disco com 12 faixas e só vai conseguir cantar um terço do disco nos eventos.

Então decidi – mais uma vez – ir na contra mão disso tudo e tentar levar alguns artistas comigo nessa idéia, que é a seguinte:
Ao invés de fazer um disco com dez músicas, eu faço uma música que desencadeia dez outros produtos, que eu chamo de “combos”, na verdade penso em um “novo modelo de negócios” – bem criativo – envolvendo produção de “combos comercializáveis” a partir de músicas digitais fragmentadas (sob o registro Creative Commons).

Nesse formato cada obra é explorada de diversas maneiras até que se “esgotem” – teoricamente – suas possibilidades de ressurgir em outras formas. Reparei que as músicas são pouco exploradas, cada música pode ter dezenas de remixes, suas letras podem virar livros, reportagens, roteiro de filme, videoclipes, blusas, ilustrações, cartões postais, adesivos e ganhar dezenas de outras formas.

Por exemplo, escrevi uma música chamada #Sozinho a cerca de três meses, onde o Léo da XIII produziu o beat, o DJ Criolo masterizou, o Nextwo fez uma ilustração para a capa do single, o Anco e o Morf fizeram um remix da música e ainda estou aguardando o remix do DJ Fábio ACM, do DJ Raffa (DF), do Tony (Finlândia), do Átomo (RJ) e vários outros.

[soundcloud url=”http://api.soundcloud.com/tracks/13020348″]

Coloquei algumas metas a serem seguidas, como por exemplo, defini que só liberaria a acapela quando a música chegasse a 100 downloads no soundcloud, e assim o fiz.

Os próximos passos são: gravar um videoclipe em parceria com a produtora francesa “La Casa Loca”, orientado pelo cineasta Bruno Thomassin; produzir, em parceria com a marca “Tu Já Viu”, duas blusas, sendo uma com ilustração do Alexandre de Maio (SP) e outra com a ilustração do Wilson Nenem (SC), onde quem comprar a blusa (R$30) leva junto um DVD com o clipe da música e os arquivos dos remixes.

Tenho alguns outros produtos em mente, como a produção de “cartões postais” contendo trechos da música e ilustração de grafiteiros que tenham obras inspiradas na música, “adesivos”, etc.

A música #Sozinho já está bem adiantada neste processo, mas tenho outras que também fazem parte desse processo, como a música “Di Rocha” e a “Sacolinha” que fazem parte deste mesmo projeto #combo, mas com produções distintas, pois ambas já têm vídeos disponíveis na internet.

[yframe url=’http://www.youtube.com/watch?v=UVxdisA-fEU’]

Note que o projeto #combo é um projeto que tem uma visão comercial bem indivudual – cada artista pensa, faz e vende o seu produto –, mas no processo de produção envolve diversos profissionais parceiros.

SAIBA MAIS

Matéria Completa no meu blog: http://dududemorroagudo.com/2011/07/11/novos-modelos-de-negocio-surgem-da-periferia/#more-1179

Veja o vídeo da música Di Rocha: http://www.youtube.com/watch?v=9434ZDJIyQg

Sobre Dudu de Morro Agudo

Rapper, educador popular, produtor cultural, escritor, mestre e doutorando em Educação (UFF). Dudu de Morro Agudo lançou os discos "Rolo Compressor" (2010) e "O Dever Me Chama" (2018); é autor do livro "Enraizados: Os Híbridos Glocais"; Diretor dos documentários "Mães do Hip Hop" (2010) e "O Custo da Oportunidade" (2017). Atualmente atua como diretor geral do Instituto Enraizados; CEO da Hulle Brasil; coordenador do Curso Popular Enraizados.

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5 comentários

  1. Gostei desse método, mas não conheço ninguém, não tenho dinheiro para começar o trampo, só “acho” que tenho talento, como nóis faz??

  2. MC Jone, boa tarde irmão!!!
    Manda o teu som para dududemorroagudo@gmail.com que vou tentar fazer um corre pra tu, tipo vou mandar para alguns amigos, se eles quiserem bancar a idéia, o garato anda, senão não anda.

    Tu até me deu uma boa idéia, de criar uma plataforma onde vários profissionais podem conversar e participar/convidar outros para suas obras, trabalhando no formato dos combos, e disponibilizando-os para que outros possam trabalhar também e fazer novas criações e comercializar confirme a licença que a obra tenha.

    Depois publico um post com essa idéia!!!
    Vamos conversando!!!

  3. Ótimas idéias Dudu.
    Já baixei o single #sozinho e toco com frequência na Rádio Kaxinawá, na FEBF/UERJ.
    Pensar um produto artístico que se desdobre em outros, em parceria com outros artistas é uma estratégia viável e com um potencial enorme. A criação de uma plataforma para interação entre artístas será DUCA!

    Abração

  4. adorei a ideia do combo eu tenho um salao de beleza vou montar um combo me bazeando na tua ideia vamos ver no que é que da…boa sorte para todos nós

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