O meu parecer a respeito do funk não é baseado em “achismos”, nem em pesquisas acadêmicas ou através do depoimento de terceiros.
Sou testemunha ocular da história desse estilo musical. Fui frequentador assíduo de bailes nos anos 80 e 90, e o “acompanho” desde então. Quando comecei a frequentar as matinês do Vasquinho de Morro Agudo, aos nove, dez anos de idade, ainda nem havia funk em português, os pioneiros foram Ademir Lemos, Cidinho Cambalhota, Abdulah, etc.
O funk já foi inofensivo no que diz respeito ao conteúdo das letras, apesar de “malicioso” nas entrelinhas, era acessível a qualquer faixa etária, puro entretenimento!
Nos anos 90, no entanto, a coisa mudou, quando o funk [em sua maioria] se politizou [sinal de perigo]. Como era de se esperar, a mídia, na tentativa de desqualificá-lo, focava apenas nas brigas que ocorriam nos bailes. Quando as gravadoras e a própria mídia viram a possibilidade lucro, fizeram o que é de praxe, descaracterizaram e despolitizaram o estilo, até chegarmos onde estamos…
Sim, o funk faz parte da nossa cultura!
Mas por esse motivo eu não devo admitir o desserviço que ele tem feito?
O que ele nos ensina de útil?
No que ele contribui para nossa autoestima?
Fora os artistas, empresários etc. Quem lucra com ele?
Qual o proveito que as nossas periferias tiram do “proibidão”, do “ostentação”?
O que nossas crianças e adolescentes ganham com a sacanagem que essa gente canta?
Por esses motivos detesto o que o funk se tornou!