Gravar um videoclipe não é tarefa fácil, mas gravar um videoclipe inteiro em plano sequência é uma tarefa bem mais complicada, ainda mais quando tem quatro personagens, roteiro e direção.
Sabendo que seria um desafio grande, Dudu de Morro Agudo chamou quem tem experiência na área, a galera da produtora RoloB, Camila Guimarães e Higor Cabral, especialistas em produzir clipes de rap de baixo custo e altíssima qualidade.
“Eu estava muito preocupado com a estética do clipe também, além de ser em plano-sequência, eu queria que fosse algo com uma pegada documental, meio teatral, e a RoloB sabe bem como fazer isso”, revela Dudu de Morro Agudo, idealizador do projeto.
A música e o videoclipe da música “Dinheiro” foram lançados no último dia 12 de outubro, no canal da Hulle Brasil, no Youtube. O projeto, chamado “Desafio RapLAB”, reuniu os rappers Dudu de Morro Agudo (38), Shu Rodrigues (24), Passarinho (19) e o DJ Dorgo (23), para participar e documentar todas as etapas da cadeia produtiva de um rap: formação, produção, distribuição, promoção, comercialização e exibição de serviços musicais.
O projeto, que contou com a parceria de uma série de profissionais e empresas, faz parte de um projeto maior, que será lançado em 2018 e, segundo os realizadores, mexerá com a cena hip hop em todo o Rio de Janeiro.
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FICHA TÉCNICA DO PROJETO
- MÚSICA
- CLIPE
- IMAGEM
Scratches e colagens: DJ Dorgo
Beat: Baltar
Mix/Master: Dudu de Morro Agudo
Roteiro: Dudu de Morro Agudo (Hulle Brasil)
Direção: Higor Cabral (RoloB)
Fotografia: Camila Guimarães (RoloB)
workart/Logo: Jotacê (Estúdio Etc)
PARCEIROS: RoloB, Arena Carioca, Jovelina Pérola Negra e Estúdio ETC.
DIREÇÃO EXECUTIVA: Hulle Brasil
REALIZAÇÃO: Instituto Enraizados
LETRA:
(Dudu de Morro Agudo)
Quanto é que vale a liberdade?
Reza a lenda que o rapaz tá privado da luz do sol.
Seu crime foi transitar pela cidade
portando na mochila uma garrafa de pinhosol.
Um quilo de paz tá valendo quanto?
Pra qual santo eu tenho que rezar pra amenizar a dor (da mãe)?
Eu quero dinheiro, mas por enquanto
tô emprestando bom senso pra ver se a vida tem valor
Na sociedade do consumo,
os moleques pra comprar um nike tão vendendo fumo
pra consumo da sociedade do consumo.
Eu presumo que a sociedade tá perdendo o rumo.
A facilidade não é normal, você sabem bem
que a e felicidade não é “real”, e eu sei também
que no fundo a qualidade não importa
quando a cor da ganancia que bate à porta.
(Shu)
A vida é uma roda gigante
constante e cara e eu sigo distante
buscando espaço na parte de cima
com pouca estatura, não tive estrutura e o grito da rua me encheu de culpa do acúmulo fácil de matéria prima.
Calote arisco, alternativa pra burlar a fila,
mas olho grande não entra na China,
me disse a minina que vivia bancada pela mesada do tio bacana que fortalecia
a sua facul de medicina, né?
Visão é ampla, mas sem lupas Julliet ninguém leva fé.
O que importa é o adereço né?
Da minha alegoria. Eu sonho um dia
parar com a correria,
mas corro em círculos, vivendo ciclos obliquos,
tendenciosos a me fazer mais omisso.
As notas que me tocam não me enchem os bolsos,
mas meu talento é maciço.
Eu só queria fugir disso,
enquanto tudo em minha volta tem um preço,
eu nao tenho valor nisso.
(Passarinho)
O dinheiro é o novo lobo do homem.
Tem uns cara cheio de grana se sentindo lobisomem.
Onde a plata gira é onde o plomo come
e quem não tem capital de giro passa fome.
O dinheiro é o novo espelho da colonização,
por ele o presidente vende a natureza da nação.
Você tem o dinheiro no bolso
ou o dinheiro tem você na mão?
E o povo não tem mais saída,
a cotação do Dólar é mais alta que a nossa expectativa de vida.
Capitalismo louvadeus, faz amor comigo
e depois me decapita.
Enquanto uma nota de 100 for Deus
não existirá um profeta verdadeiro.
Eu escrevi 16 barras de ouro
que valem mais do que dinheiro.