quinta-feira, 7 novembro, 2024

DMA entrevista Thekking

Sabe aqueles dias que você está dando um rolé pela timeline do facebook e sempre aparece um MC pedindo pra tu ouvir um som? Vou te confessar que eu nunca ouço, mas hoje eu decidi ouvir e me surpreendi com o flow desse cara que acabei entrevistando para o Portal Enraizados.

Pode ser que esse cara, com um flow diferente, cria do samba e fã do MV Bill, seja um dos próximos rappers cariocas que você vai carregar o som no seu celular, tô falando do meu mais novo camarada, Thekking, rapper da Vila da Penha, RJ.


Dudu Morro Agudo – Tu mora onde mano??

Thekking – Vila da penha

Tu faz rap a quanto tempo?
Cara, escrevo desde uns 16 anos, mas bem avulso porque eu era do samba, fui ritmista. Agora estou com 24 anos.

Tu é do samba?
Fui. Agora sou do Rap (risos)
Mas curto, tenho muito amigo nas escolas.

Começou em que escola de samba?
Viradouro.

Eu desfilei pela Viradouro dois anos.
Viradouro faz parte da minha formação como pessoa, sou viciado em samba-enrendo desde os 9 anos.
O cara que hoje e presidente da Viradouro, Gusttavo Clarão, foi compositor, ganhou uns 10 anos seguidos, cresci ouvindo sambas dele, só letra linda, melodia.

Mas e o rap? Começou quando??
Com uns 16 anos. 2006, 2007. Pra te falar a verdade eu nunca me liguei muito em rap, só achava foda o jeito que os caras escreviam letras grandes e cantavam sem errar (risos). Aí né mano, na favela né, todo mundo canta Racionais.
Eu aprendi um rap do MV Bill, que passou num comercial pra não quebrar orelhão (risos). E toda vez que passava eu ficava cantando, aí fui conhecer as coisas do MV Bill nessa época aí. Foi pelo MV Bill mesmo.

Tô ligado no comercial. Da Telemar né?
É.

20140601-01-thekkingAí tu começou a fazer rap? Já gravou muito rap ou esse é o primeiro?
Sim, eu escrevia e decorava samba-enredo desde 9 anos, aí pensei: – Poxa, rap nem precisa tanta melodia, então é mais trank (risos). Sério mesmo, pensei isso. Esse é meu primeiro.

E o mano que canta contigo, é um grupo ou uma parceria para esse som?
Não, ele é um moleque que morava no Alemão. É mais novo que eu. Aí a gente fala de rap e tal, meio que fomos desenvolvendo juntos, um incentivando o outro, mostrando as letras. Tem uns 3 ou 4 anos isso. Aí nunca gravamos nada, muito corre.
Aí falei pra ele: – Vamos fazer algo rápido, curto, só pra exercitar. Aí fechou esse som.

Mas a música é nova né? Gravou quando?
É sim, escrevemos em dezembro, fiz a base em janeiro, gravamos em fevereiro, em março o cara da edição sumiu, voltou em maio. Aí lançamos.

Tu que produziu?
A base sim. Porque produzir vai além de fazer uma base né? Aí teve participação em algumas ideias do Raphael Rocha, que editou e tal.
Foi tudo meio largado.

O que tu usa pra produzir?
O Software? FL.

Mas diz aí, já fez shows? Pretende continuar? Ou vai encarar como hobby?
Nunca fiz show, cantando não. Como ritmista já. Vou continuar, pois tenho umas coisas escritas e tô escrevendo muito, escrevo uma música por semana. Tô com projeto pra lançar um álbum ainda esse ano. Meu estúdio vai abrir aqui. Vou ver como faço pra investir.

Quem tu ouve do rap atualmente?
Hoje… Kendrick Lamar, Lil Wayne, Drake, Eminem, Criolo, Black Allien, MV Bill, Samba-Enredo.
No rap dos muleque da atualidade eu gosto do Haikaiss e do Filipe Ret gosto de algumas coisas, Nocivo Shomon também.

 

Sobre Dudu de Morro Agudo

Rapper, educador popular, produtor cultural, escritor, mestre e doutorando em Educação (UFF). Dudu de Morro Agudo lançou os discos "Rolo Compressor" (2010) e "O Dever Me Chama" (2018); é autor do livro "Enraizados: Os Híbridos Glocais"; Diretor dos documentários "Mães do Hip Hop" (2010) e "O Custo da Oportunidade" (2017). Atualmente atua como diretor geral do Instituto Enraizados; CEO da Hulle Brasil; coordenador do Curso Popular Enraizados.

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