No dia 04 de setembro, por volta das 18 horas, a Ex-Ministra da Cultura Ana de Holanda postou no facebook uma nota – que pareceu total recalque – reclamando da escolha do também Ex-Ministro Juca Ferreira para coordenar a campanha da presidenta Dilma no campo cultural.
Pra quem não lembra, Ana de Hollanda foi a ministra que anulou o programa Cultura Viva, dando a entender que, segundo a ótica da mesma, “cultura de base” não é cultura. Uma pergunta que todos os movimentos culturais do Brasil se fazem até hoje.
Porque anular um programa cultura como o Cultura Viva, que teve tanto sucesso nos movimentos culturais populares, no mandato dos Ministros Gilberto Gil e do próprio Juca Ferreira?
O próprio Movimento Enraizados, hoje é o que é grande parte por conta das ações do governo federal ligadas ao programa Cultura Viva, principalmente os Pontos de Cultura.
Em seu texto, Ana de Hollanda tenta desmerecer a pessoa de Juca Ferreira, que tem muita proximidade e respeito pela cultura de base de todo o Brasil.
Diversos militantes da cultura de base consideram um avanço a escolha do ex-ministro para essa missão, isso dá a esperança de uma continuidade de um programa cultural para todos e não só para elite burguesa do Brasil.
Abaixo o texto de Ana de Hollanda na íntegra e o link (Deixem seus comentários)
Caros amigos e seguidores facebuqueiros,
Fui surpreendida hoje com uma notícia bastante preocupante para a Cultura e para a campanha de reeleição da Presidente Dilma. O ex-ministro da Cultura, anterior à minha gestão, Sr. Juca Ferreira, foi chamado para coordenar a campanha da candidata petista no campo cultural.
A escolha em si poderia ser considerada natural, não fosse ele um político de personalidade polêmica, extremamente belicista que, fora cargos públicos que ocupou, tem pouca relação ou conhecimento da complexa realidade do mundo da cultura.
Desde que meu nome foi anunciado como uma possível futura ministra, nos fins de 2010 (quando ele se empenhava na campanha do “fica Juca”), até o fim de minha gestão, ele trabalhou obsessivamente, apoiado por grupos de militantes de sua ligação, em uma campanha sórdida de difamação, calúnias sobre mim e inverdades sobre o trabalho desenvolvido no MinC.
Esse grupo orquestrou, pela internet, tuitaços e blogaços de baixíssimo nível, assim como enviou representantes ao ministério com ameaças e chantagens. O ex-ministro, pessoalmente, e seu grupo chegou ao extremo de, na abertura do Festival de Cinema de Brasília em 2011, no escuro e fundo da sala, puxar vaias, enquanto o resto aplaudia.
Por ser um governo de continuidade, evitei entrar em confronto direto, como ele provocava, assim como não divulguei todas as irregularidades como pontos de cultura a mais de um ano sem receber, convênios glosados pelo parecer da CGU, etc.
Mas a pergunta que não quer calar é o que, no meio de uma campanha tão dividida, motiva o partido a chamar para coordenar uma pessoa controversa que mais afasta do que aglutina o meio cultural? Que divulga no Globo online que “relação com a classe artística azedou de vez na gestão de Ana de Hollanda no Ministério da Cultura”?
Para finalizar, quero deixar claro que meu meio é o das artes, não tenho a menor ambição política e só aceitei o cargo temporário de Ministra da Cultura, feito diretamente pela Presidente Dilma, por ser um desafio numa área que conheço bem e tenho ótima interlocução.
Leia aqui, diretamente no facebook
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