No mês de novembro de 2014 recebi o telefonema do Frann, integrante do grupo Tribunal Mcs.
Frann: – Pô Buzo, faz uns dias que tô tentando falar com você.
Eu estava indo toda semana pro Litoral Norte, expliquei que estava sem sinal e internet só algumas horas por dia.
Frann: – Estou organizando um evento aqui em Poá-SP, onde moro, com a Secretaria de Cultura daqui, comemorando o mês da Consciência Negra. Queria saber seu cachê pra fazer uma abertura com palestra antes do show?
Me falou quem eram as atrações. Conheço o Frann de outros carnavais, sou amigo dele e dos integrantes do Tribunal, sei também que ele é meio enrolado, mas até aí, ele mora em Poá, que bom que está se envolvendo.
Buzo: – Frann, para o poder público cobro R$ 3.000,00 + transporte, alimentação e hospedagem, mas aí não é o caso de ter hospedagem.
Frann: – É o melhor preço Buzo ?
Buzo: – Como é a forma de pagamento? Contrato?
Frann: – Não Buzo, vou ali numa reunião hoje na prefeitura. É pagamento no dia e em dinheiro.
Buzo: – Então Frann, nessas condições, R$ 3.000,00 e eu vou com meu carro.
Frann: – Fechou Buzo, te retorno depois da reunião.
Fiquei mais atento ao telefone, ele me ligou da Prefeitura de Poá-SP.
Frann: – Buzo, a gente tem um valor pra dividir entre as atrações, tem como você fazer a palestra por R$ 1.200,00?
Como disse estava no Litoral Norte, Poá fica no meio do caminho pra São Paulo, mas eu só voltaria dois dias depois do evento.
Buzo: – Frann, se for nessas condições, dinheiro no mão, na hora. Vamos fazer.
No dia minha esposa disse: – A gente tem um monte de coisa pra resolver aqui na praia (estava construindo). Não acha melhor ligar e confirmar se é dinheiro na mão mesmo, senão a gente nem ia.
Falei pra ela ligar…
Marilda: – Frann, o Buzo quer saber se está tudo certo pra hoje, as condições combinadas?
Frann: – Marilda, está tudo certo, tô aqui na prefeitura acertando os detalhes, mas está tudo certo.
Saímos de São Sebastião e chegamos em Poá-SP às 18h, uma hora antes do meu horário.
Estava o Frann e sua equipe, arrumando o palco, etc…
Em nenhum momento o Frann me chamou pra me pagar. Só me apresentou o rapaz da foto dizendo: – Esse é o Honório Costa, da Prefeitura de Poá-SP. Quase chegando a hora do debate, comecei a procurar o Frann pra falar do meu pagamento, mas ele tinha ido aqui, ali, buscar uma atração…
Quando ele chegou, já estava em cima da hora, tinha uma galera, não podia atrasar a palestra pra não atrasar os shows. Fiz uma hora e pouco de palestra, falando da minha trajetória.
No final, cheguei no Frann: – E aí Frann, vamos acertar?
Frann: – Pô Buzo, olha minha cabeça… não te falei ? Os caras pediram 10 dias pra pagar.
Buzo: – Frann, não foi isso que a gente combinou.
Frann: – Eu sei Buzo, mas 10 dias o dinheiro está na mão.
Minha esposa, claro, olhou pra mim como quem diz: – Eu te avisei.
Deixar bem claro que não trabalho nessas condições, ou é deposito antes ou contrato, mas fui pela amizade. Dar um crédito de confiança.
Fui embora, nem fiquei pra ver os primeiros shows, como quem sabia que tinha caído numa furada.
Passaram-se 10 dias, um mês… e NADA.
Agora, a quase 3 meses do evento, não só não recebi, como ninguém me ligou, nem pra dar uma satisfação. Quando falo ninguém, não é só da prefeitura local, nem o Frann teve coragem de fazer um telefonema.
Pois bem, venho a público não cobrar, só expor o problema, porque posso até não receber, mas queria deixar um aviso: – Não vá a POÁ-SP fazer palestra, nem show. Eles não pagam, nem respeitam ninguém.
O evento era num espaço público, no cartaz tem logo da prefeitura.
Depois que a gente exige contrato, pagamento adiantado e cachê completo (no caso R$ 3.000,00), tem contratante que pensa que é marra. Eu queria deixar bem claro que se não fosse a amizade que eu “tinha” com o Frann, não teria ido.
Quando digo “tinha” não quer dizer que nossa amizade valia só R$ 1.200,00. O que mais me chateia é ele não ter me dado um único telefonema depois de quase 3 meses do evento. Que esse seja o último calote, porque não vou mais em nenhum lugar por amizade.
Aliás, que fique claro, prefiro ir de graça numa comunidade, do que pra uma Prefeitura desorganizada como Poá-SP.
O “representante” Honório Costa, em meia hora de conversa me falou o podre do prefeito afastado, que isso, que aquilo. Ali já vi que Poá-SP era perda de tempo, devia ter ido embora sem fazer a palestra. Mas como já estava lá, fiz em respeito ao público presente.
Que não me paguem, mas deixo o aviso.
– ARTISTA, NÃO VÁ A POÁ-SP.