Na última semana, o Instituto Enraizados foi agraciado com o Prêmio Heloneida Studart, uma das maiores honrarias da cultura fluminense, entregue em uma sessão solene na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). Dudu de Morro Agudo, fundador e diretor do Instituto, Fernanda Rocha, diretora da instituição e Antônio Feitosa representaram o Enraizados ao lado de outros artistas e fazedores de cultura de todo o estado, destacando-se entre os 100 homenageados pela contribuição significativa à cultura brasileira.
A cerimônia contou com a presença de diversas figuras ilustres da política e da cultura. Na mesa, estavam o deputado estadual Carlos Minc, a secretária estadual de Cultura, Daniella Barros, a presidente da FUNARTE, Maria Marighella, Renato Rangel, representando o secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro, além do presidente do Conselho Estadual de Políticas Culturais, Tales Gomes, e das deputadas Dani Balbi e Verônica Lima, que atuou como mestre de cerimônias.
Carlos Minc abriu sua fala saudando “a resistência cultural do povo brasileiro” e ressaltou a importância da Lei do Fundo Estadual de Cultura, sancionada e implementada durante a gestão de Daniella Barros. Em uma fala marcada pela emoção, Minc recordou sua colaboração com Heloneida Studart, ex-deputada e inspiradora do prêmio. Em seu encerramento, exclamou: “Viva Marighella” e “Viva Heloneida Studart”, sendo aplaudido pelo público presente.
A presidente da FUNARTE, Maria Marighella, destacou em sua fala a história de seu avô, Carlos Marighella, recordando que ele também foi deputado na ALERJ e um símbolo da resistência. Já a secretária Daniella Barros, última a falar, trouxe uma saudação especial aos fazedores de cultura, relatando a realização da maior conferência de cultura do país e refletindo sobre a importância concreta e subjetiva das manifestações culturais. Ela relembrou a influência de sua avó, que lhe ensinou que “a gratidão é um obrigado do coração.”
Entre os convidados, Dudu de Morro Agudo encontrou antigos parceiros e poetas de Nova Iguaçu, como Eliane Gonçalves, Luiz Coelho Medina e Rafael Ruvenal. Totó, poeta e integrante do Instituto Enraizados, teve a honra de receber o diploma em nome do Enraizados, representando todos os que contribuíram para a trajetória da instituição ao longo dos anos.
A fala de um dos homenageados em nome dos artistas presentes sintetizou o espírito da cerimônia. Ele destacou a resistência dos negros brasileiros, lembrando que, para homens e mulheres pretos, os períodos sombrios se estendem há 524 anos. Em um discurso que arrancou aplausos e manifestos de apoio, ele reforçou a importância de ocupar a ALERJ com representatividade negra, desejando que, no próximo ano, a pintura ao centro do plenário, exibindo 40 homens brancos não esteja mais ali, refletindo assim a diversidade do povo fluminense.
Às 19h45, iniciou-se a entrega dos diplomas, marcando um momento de reconhecimento e celebração das lutas e realizações dos homenageados. Essa homenagem reafirma o compromisso do Instituto Enraizados com a valorização da cultura periférica e o impacto social que as ações culturais exercem na Baixada Fluminense e em todo o estado.