Eis o preto no branco,
A melanina, o cancro… No útero do reich.
Eis o feijão no arroz,
O “preju” dos sinhôs… A peça sem encaixe.
Eis o sol das onze,
A brasa, o bronze… Em teu sorriso a cárie.
Avesso do vitiligo,
Encardo e denigro… A descendência dos Áries.
Eis o “Yin” no “yang”,
Outro membro da gangue… Do líder Zumbi.
Eclipso seus sóis,
Sou as teclas bemóis… A outra perna do Saci.
Eis a “língua negra”, a mancha,
A extinção da prancha… E da chapinha.
Não pedi que me aceite,
Sou cafre, sou café no leite… “Eu sou neguinha!”
Eis o blecaute,
Na sua lei e leiaute… Me manifesto tal sardas.
Apesar do seu veto,
Cedo ou tarde um neto… Com a pele parda.
Eis o revide do açoite,
Como a inevitável noite… Logo, logo figuro.
Agora é tarde não cedo,
Sei que morres de medo… Medo do escuro.