Em 1997, após ouvir o clássico álbum dos Racionais MC’s, “Sobrevivendo No Inferno”, enfim caiu a ficha, e comecei a me preocupar com questões políticas, sociais e raciais.
Até então, mesmo morando em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, região conhecida por sua violência e carência em praticamente todas as áreas, nunca havia recebido a visita dos militantes dos movimentos sociais cariocas.
Cresci presenciando nossas mulheres sendo violentadas de várias formas, e lhes pergunto: Onde estava o movimento feminista? E vocês Panteras Negras de meia-pataca? Também cresci presenciando e sendo vítima de racismo, e nunca recebi nenhum auxílio de vocês.
Se não fosse o Hip Hop, especificamente o Rap, eu ainda não teria aberto os olhos.
Por isso afirmo categoricamente que não lhes devo nada, e também nada espero de vocês. Segue a minha revolução, ora solitária, ora com os meus conterrâneos. De vossa parte tenho o olhar excludente, exatamente igual ao dos dominadores que vocês criticam.
O movimento que realizam é o de rotação, em torno de vocês mesmos.