quinta-feira, 7 novembro, 2024
Dudu de Morro Agudo palestrando no I Seminário Regional de Comunicação Comunitária, na PUC

O dia em que quase NÃO palestrei na PUC

No dia 19 de outubro parti em direção a PUC, pois haveria o I Seminário Regional de Comunicação Comunitária e eu fui convidado a participar. Sempre que participo de eventos desse tipo não costumo ir sozinho, sempre levo comigo o Samuca Azevedo ou o Marcão Baixada, mas nesse dia em específico a Samuca não pôde ir, pois estava agarrado nas funções que executa no Espaço Enraizados, sendo assim chamei o Marcão Baixada, que foi quem me acompanhou.

Saí de Morro Agudo às 7:30 da manhã, pois deveria chegar na PUC às 09 horas. Passei no BNH – que chamos carinhosamente de Amsterdã – para buscar o Marcão Baixada e depois parti voando para a Estrada da Gávea número 01. Como de costume configurei o GPS – estou usando ultimamente o pograma Waze – para que levasse para meu destino da forma mais rápida.

Prof. Adair Rocha, Prof. José Carlos Rocha e DMA

Passei pela Dutra, entrei na Linha Vermelha, depois na Perimetral, no Túnel Rebouças e tudo parecia normal, até o ponto em que o Marcão disse: – Ué Dudu, acho que aqui é a Rocinha!!!

Ele estava certo, naquela manhã de temperatura agradável, por volta das nove horas da manhã – horário que deveríamos estar chegando na PUC – estávamos em frente a Favela da Rocinha e de forma não surpreendente meu telefone celular começa a tocar. Eram os coordenadores do Seminário, querendo saber onde eu estava.

Eu disse que estava chegando, pois era isso que meu GPS me informava, então pedimos informações aos moradores que estavam num ponto de ônibus. O diálogo foi o seguinte:

Marcão Baixada: – Bom dia, como faço para chegar na PUC?

Morador (Olhou pra trás, olhou pra frente, olhou a baixo): – É fácil, sobe a Rocinha inteira e depois desce que você está na PUC.

Sendo assim, lá fomos nós. Nesse dia eu tive noção da dimensão territorial da Rocinha. Andamos de carro por cerca de meia hora e nada de a favela acabar. Era polícia pra tudo que é lado, até ônibus levando policiais de um lado pro outro eu presenciei. Foi um rolé maneiro, mas eu estava muito atrasado. Quando chegamos no “asfalto”, pedimos novamente informações e as pessoas iam indicando e nós íamos seguindo. Nessa hora eu já tinha desistido do GPS. E alguns minutos depois achamos a PUC.

Mais um diálogo na portaria da PUC, com um segurança:

Marcão Baixada: – Bom dia, nós gostaríamos de saber onde está acontecendo o Seminário de Comunicação Comunitária?

Segurança: – Não é aqui, é na Estrada da Gávea número 01.

Marcão Baixada: – Mas aqui não é a Estrada da Gávea?

DMA explanando sobre formação de redes.

Segurança: – Não, pra chegar lá você vai ter que voltar isso tudo, fazer o retorno láááááááá embaixo, depois voltar, virar a esquerda, a direita, a direita, a esquerda, pegar a rotatória, surbir na rua do posto e perguntar novamente.

Daí já viu né, nos perdemos mais umas três vezes até que conseguimos chegar na tal Estrada da Gávea número 01.

Já eram 10:20 da manhã, as palestras tinham começado naquele momento, pois estavam esperando eu chegar – e pelo visto desistiram de esperar. Apesar de toda a correria, valeu muito a pena ter participado, pois lá dividi a mesa com o Paulo Soldarelli, Adair Rocha e Karen Woreman, pessoas que compatilharam experiências maravilhosas com todos. Além das pessoas que estavam assistindo e participando ativamente.

Aproveitamos para distribuir alguns KITs Enraizados na Arte e conhecer algumas outras pessoas muito interessantes que também estavam por lá.

Eu estava com um sentimento de culpa muito grande por causa do meu atraso, mas fiquei mais tranquilo quando eu soube que não fui o único a me perder, houve um comentário de um participante que se perdeu nos quatro dias do seminário, sendo assim estou perdoado.

Participantes do Seminário Regional de Comunicação Comunitária

Mais infos:
http://dududemorroagudo.com/2012/10/20/palestrei-na-puc-sobre-comunicacao-comunitaria

http://enraizados.org.br/naarte/?p=5407

 

Sobre Dudu de Morro Agudo

Rapper, educador popular, produtor cultural, escritor, mestre e doutorando em Educação (UFF). Dudu de Morro Agudo lançou os discos "Rolo Compressor" (2010) e "O Dever Me Chama" (2018); é autor do livro "Enraizados: Os Híbridos Glocais"; Diretor dos documentários "Mães do Hip Hop" (2010) e "O Custo da Oportunidade" (2017). Atualmente atua como diretor geral do Instituto Enraizados; CEO da Hulle Brasil; coordenador do Curso Popular Enraizados.

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3 comentários

  1. O GPS apronta novamente! Vivo escutando histórias e estórias engraçadas por causa de GPS que leva pro lugar errado. As pessoas também deram um papo torto… Não era preciso atravessar a Rocinha inteira, era só dar meia volta rsrs. Vai ver eles queriam que você conhecesse a área e comprasse alguma coisa por lá, fomentando ainda mais o comércio turístico na região.

  2. Valeu, Dudu ! Foi importantíssima a participação de vcs no seminário ! Estamos juntos !
    Abs
    Marcelo

  3. Parabéns, Dudu e obrigado pelo convite para acompanhá-lo, sua fala foi de extrema importância e referência para a proposta do seminário.

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