Quem tem coragem de sair da zona de conforto intelectual? Do conforto das ideias preestabelecidas?
Fazer perguntas incomoda os preguiçosos que querem que tudo permaneça exatamente do jeito que está – afinal, para eles a inércia é um Oasis. Parece-me que suas convicções são tão rasas que não resistem a menor dúvida lançada.
Eles adoram os rótulos.
Se sou cristão, não posso ser comunista, porque todo comunista é ateu e comedor de criancinhas. Se sou comunista, não posso ser cristão, porque todo cristão é alienado e direitista. Se desejo o Evangelho e o Cristo, mas rejeito as contradições do cristianismo, então sou liberal, marxista, gay, ecumênico ou falso profeta.
Eles se dizem defensores da democracia, mas para eles, ela só é boa quando todo mundo é democraticamente igual. Por isso me identifico tanto com os versos do Mano Brow: “Eu vim da selva, sou leão, sou demais pro seu quintal”.