Se perguntar o que realmente importa é a melhor forma de se fazer aquela faxina mental que tanto precisamos de vez enquando em nossas vidas, eu me lembro bem de quando eu era adolescente, tudo me parecia tão claro, simples e fantástico ao mesmo tempo. O mundo se mostrava pra mim como um cavalo xucro que um monte de incompetentes mais velhos não conseguiram domar, e eu, iria mostrar como era fácil fazer isso; para executar esse meu objetivo, eu tinha um plano infalível que eu poderia colocar em pratica assim que eu quisesse, pois já estava tudo bolado e engatilhado.
Hoje eu me pergunto – o que os novos adolescentes pensam de mim? Tomara que eles não pensem de mim, a metade do que eu pensava dos adultos da minha época. Talvez, só talvez, eu fosse inocente demais, ou então, quem sabe, eu fui ficando inocente a medida em que o tempo passou. Mas, depois de tantos combates com fantasmas ocultos nos porões do meu coração, eu me pego novamente com a pergunta: _ Mas, o que realmente importa mesmo?
Depois de tanto tempo eu não me acho incompetente por não conseguir responder com exatidão a essa pergunta que ecoa infinitamente no meu ser. Essa pergunta me faz ver o quanto eu amadureci de lá pra cá ao mesmo tempo em que desvenda a minha inocência diante da complexidade da vida.
Pra combatê-la, eu criei uma outra pergunta: Realmente importa, saber o que importa?
Não sei!
Sei não!
Sei lá!