quinta-feira, 7 novembro, 2024

O rapper paraense Bruno BO, lança seu EP Floresta de Concreto com participação de Gaby Amarantos

“Basicamente reflete a visão de um cara que cresceu nas ruas, na periferia, e que aos poucos tentou encontrar um caminho de auto equilíbrio e positividade pra repassar mensagens de auto conhecimento e fortalecimento interno.”

20140210-03-Bruno-BAssim Bruno B.O enxerga sua mais nova produção, o EP “Floresta de Concreto”. São 20 anos de carreira, aliando o rap, o reggae e o rock, com uma visão espiritualista e ativista sobre o mundo. Esse é o MC Bruno B.O, mais atual e amadurecido, não deixando de ser pesado e contundente.

Foram dois anos para finalizar o EP entre captações de vozes, feitas em Belém, mixagem e masterização feitas em São Paulo. “Floresta de Concreto” é uma obra cheia de parcerias, do jeito que Bruno sempre gostou de trabalhar, com amigos e pessoas que ele admira musicalmente. Participações como Dubalizer, Gaby Amarantos, Pjó (VN), Ralph MC e Dime do Cronistas da Rua. O EP é cheio de percussão, rap e ragga com um pouco do peso do rock e da bass culture.

Amor, compreensão, respeito, justiça e evolução espiritual. No fundo é sobre isso a nova produção de Bruno B.O, que mistura em suas canções sentimentos experenciados por ele ou pessoas próximas. Letras que falam sobre a cidade, temas meio apocalípticos e da esperança na mudança, em tom de desabafo.

Sons periféricos e ritmos latinos

20140210-01-Bruno-BQuando Bruno B.O ouviu uma base no som do carro do amigo mc Rick D do 3º Mundo Sound System, a ideia do EP surgiu como mágica. Ele estava em busca de algo que se conectasse com uma letra que havia feito sobre a rivalidades entre pessoas da periferia, por vários motivos como pichação, torcida organizada, colégio, equipe de aparelhagem.

Depois disso Dubalizer auxiliou na construção da música, deixando-a com uma musicalidade mais periférica como o eletro melody e o reggaeton, misturando tudo isso com o dubstep, que gerou o que Bruno brinca chamando de “technorap”.

Sobre uma das faixas ter um quê de cumbia o cantor diz que sempre ouviu sons latinos e no rap americano sempre curtiu mais o estilo west coast, de Los Angeles, grupos como Cypress Hill e Physico Healm.

“A musica jamaicana é primordial no meu trabalho, Ska, Reggae, Dub, Early Reggae, Dancehall e New Roots, Orishas de Cuba, Tego Calderon, Don Omar, Calle 13, e da america latina merengue, cumbia e salsa. Tudo que é possível de escutar em piratinhas, rádios AM’s e rádios cipós da cidade”, conta Bruno B.O.

Amazônia e fé

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Bruno BO

“Toda minha vida é guiada pela minha fé no amor universal, particularmente chamo de cristianismo, mas não precisa de nome para ser posto em prática. Acredito na minha música como mensagem positiva para construir esse amor e em mim como apenas um instrumento nessa comunicação. Espiritualidade é minha proposta no rap, pois sem um espírito fortalecido, o resto do corpo não consegue lutar no mundo social”, diz o artista.

O momento da Amazônia para o artista é o da exotização, a floresta se tornou um símbolo forte para quem produz música por aqui. Bruno fala sobre outra floresta, a feita de concreto, carros, atores sociais que se esbarram e se completam.

“Existe uma floresta urbana de concreto convivendo com a natureza e a cultura local, essa é a Amazônia que vejo e vivo, a da Belém com mangueiras, canais, prédios, palafitas, carros e carroças. Dos terreiros, igrejas evangélicas e festas de aparelhagens, uma cidade sonora verde e cinza ao mesmo tempo”, diz B.O.

Importante:
O EP “Floresta de Concreto” de Bruno B.O foi lançado virtualmente dia 20 de novembro de 2013 nas redes sociais, no mesmo dia em que se comemorou o dia nacional da consciência negra.

Links do EP:

https://www.soundcloud.com/tracks/122096598

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www.mcbrunobo.tnb.art.br
www.soundcloud.com/mcbrunobo

 

Sobre Dudu de Morro Agudo

Rapper, educador popular, produtor cultural, escritor, mestre e doutorando em Educação (UFF). Dudu de Morro Agudo lançou os discos "Rolo Compressor" (2010) e "O Dever Me Chama" (2018); é autor do livro "Enraizados: Os Híbridos Glocais"; Diretor dos documentários "Mães do Hip Hop" (2010) e "O Custo da Oportunidade" (2017). Atualmente atua como diretor geral do Instituto Enraizados; CEO da Hulle Brasil; coordenador do Curso Popular Enraizados.

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