quinta-feira, 7 novembro, 2024

Programação do “I Encontro da Diversidade Cultural Brasileira”

A Secretaria da Identidade e da Diversidade do Ministério da Cultura realizará, de 04 a 06 de setembro, o Encontro da Diversidade Cultural Brasileira, na Fundição Progresso, Rio de Janeiro.

O Encontro reunirá cerca de mil e quinhentos representantes dos segmentos que formam a diversidade cultural brasileira, como os povos indígenas, mestre e grupos da cultura popular, ciganos, representantes do movimento LGBT, pessoas com deficiência, idosos, movimento hip hop, MST, movimento de mulheres e pessoas com transtorno mental.

Na ocasião será realizada a I Reunião da Diversidade do Mercosul Cultural, com a presença de representantes dos 10 países que formam o bloco.

PROGRAMAÇÃO

1ª Reunião Técnica do Mercosul sobre Diversidade Cultural
04 de setembro de 2010, sábado
Horário: 09h às 18h30
Local: Fundição Progresso

12h às 12h30 – Apresentação artística
Frederico Grinivald – concertina (ES)

Programação Artística nos Arcos da Lapa

04 de setembro de 2010, sábado
19h – Chegança dos grupos da diversidade cultural
Tocadores de Clarim de Olinda; Mamulengo Só Riso; Maracatu Piaba de Ouro (PE);
Folia de Reis Flor de Primavera (RJ); Bloco Afro Treme Terra; Tá Pirando Pirado Pirou; Bloco LGBT; Escola de Samba Mirim da Portela; Mio Vacite e dança cigana; Projeto Primeiro Passo Cia. Dança do Samba (RJ)
Ilú Obá de Min; As Valquírias – Grupo de percussão juvenil (SP)
Grupo Folclórico Ucraniano Brasileiro Vesselka (PR)

19h30 – Cerimônia de abertura

20h às 23h30 – Chegança Diversa
Mestres de Cerimônia: Orlângelo e Márcio
Dança do Toré do Povo Pankararu (SP)
Jongo de Piquete (SP)
Jongo do Quilombo São José (RJ)
Escola de Samba Mirim da Portela (RJ)
Bumba Meu Boi de Maracanã (MA)
Dudu de Morro Agudo (Movimento Enraizados) (RJ)
Harmonia Enlouquece (RJ)
Fandango Grupo Mandicuera (PR)
Samba de Roda (BA)

05 de setembro de 2010, domingo
20h às 23h30 – Iguais na Diferença
Mestres de Cerimônia: Cia. Carroça de Mamulengos
Orquestra de Metais Lyra (SP)
Brô Mc – Hip Hop indígena (MS)
Maracatu Piaba de Ouro (PE)
Grupo Afro-Nordestinas – Hip Hop (PB)
Cia. Gira Dança (RN)
Banda Surdodum (DF)
Os Quentes da Madrugada – Irmandade de Carimbó São Benedito (PA)

06 de setembro de 2010, segunda-feira
19h às 23h30 – Identidade e Sonhos
Mestres de Cerimônia: Perfeito Fortuna e Josivaldo
Fandango de Chilenas (SP)
Cavalo Marinho Estrelas do Amanhã (PE)
Matéria Rima – Hip Hop (SP)
Grupo Folclórico Ucraniano Brasileiro Vesselka (PR)
Mio Vacite e o Encanto Cigano (RJ)
Sistema Nervoso Alterado (RJ)
Banda Caxiri na Cuia – forró indígena (RR)
Nelson Triunfo – Hip Hop (SP)
Lia de Itamaracá – Ciranda (PE)
Intervenções artísticas

Grafites
Local: Tapumes dos Arcos Lapa

Anarkia Boladona (RJ)
Moradora do subúrbio carioca, a grafiteira Anarkia tem 27 anos e grafita desde a adolescência, quando o grafite soava para ela como símbolo de liberdade e rebeldia. “Como uma mulher eu tive uma criação limitada ao espaço privado e o poder e desejo de estar na rua era o que me seduzia a pichar.” Anarkia não tem uma crew, e assina AR – Amantes do Rabisco, uma das mais tradicionais siglas do Rio de Janeiro.

Fórum Nordestino de Grafite (MA)
Grupo formado por 6 grafiteiros e arte/educadores, foi fundado em 2009. É um projeto que trabalha a inclusão social por meio de oficina, debates e exposições com crianças, adolescentes e a comunidade periférica de afrodescendentes.

Exposições
Culturas Populares – Retrospectiva
Local: Fundição Progresso

Fotógrafa: Mila Petrillo
Fotógrafa há mais de 30 anos, Mila Petrillo trabalhava como repórter-fotográfica, em Brasília, fazendo fotos policiais, de política e de espetáculos culturais. Durante os últimos anos, o trabalho da fotógrafa se concentrou principalmente em acompanhar trabalhos sociais desenvolvidos por ONGs e instituições de assistência à infância. Esta exposição traz fotos de mestres, brincantes e grupos de manifestações da cultura popular brasileira.

Projeto Vidas Paralelas
Local: Fundição Progresso
A exposição digital é composta por três monitores de LCD que mostram fotos produzidas pelos participantes do PVP, textos retirados do site do projeto que fazem referência a essas imagens e dados sobre cada trabalhador-fotógrafo. O Projeto Vidas Paralelas (PVP) é uma parceria entre os Ministérios da Cultura e da Saúde, Universidade de Brasília e Rede Escola Continental em Saúde do Trabalhador.

Acesse: www.cultura.gov.br/vidasparalelas

Estandarte da Diversidade Cultural
Local: Praça dos Arcos
Confecção: Manoelzinho Salú e a Comunidade Cidade Tabajara de Olinda (PE)
Manoelzinho é filho do rabequeiro Manoel Salustiano Soares, o Mestre Salu, uma das figuras mais conhecidas da cultura pernambucana, falecido em 2008. Artesão de golas e produtor de maracatu, Manoelzinho preside a Associação de Maracatus de Baque Solto, criada em 1989 por Mestre Salú, e hoje Ponto de Cultura. O estandarte tem 10 metros de comprimento e 4 metros de largura, e sua confecção envolveu duas equipes da comunidade que bordaram por 22 horas diárias.

Manifestação Cultural
Queima do Alho, com Catira e Dupla de Violeiros
Local: Fundição Progresso
Horário: a definir
A Queima do Alho era a preparação do alimento para os peões que marchavam pelos “estradões” do Brasil com as boiadas. Esse preparo é acompanhado por diversas manifestações culturais do povo sertanejo, como o toque do berrante, danças e moda de viola. A comida é feita em fogão improvisado, bem próximo ao chão. O cardápio é composto de arroz carreteiro, feijão gordo, paçoca de carne e churrasco. Cerca de mil refeições serão servidas diariamente, como degustação.

Dentro da programação haverá, ainda, a apresentação de um grupo de catira (dança típica paulista) e da dupla de violeiros Salles & Guilherme. Participam da Queima do Alho quatro comitivas da cidade de Barretos (SP): Cavalheiros da Cultura, O Leão, Esperança e Água do Peão.

Rodas de Convivência*
As Rodas de Convivência vão reunir os representantes dos diferentes segmentos culturais convidados, em torno de alguns temas comuns. Por meio de relatos de experiências, os participantes poderão encontrar pontos em comuns em realidades diferenciadas, aproximar e se reconhecer no outro, quebrando preconceitos e refletindo como lidar com o diverso. A proposta é propiciar, aos participantes, uma experiência de respeito e convivência harmônica.

*Acesso restrito aos participantes inscritos no Encontro

Segmentos Culturais participantes das Rodas
1. Culturas Populares
2. Culturas Indígenas
3. Culturas Ciganas
4. LGBT
5. Crianças
6. Idosos
7. Jovens (Hip Hop)
8. Pessoas com Deficiência
9. Saúde Mental
10. Trabalhadores Urbanos
11. Comunidades Tradicionais de Terreiro
12. Imigrantes
13. Mulheres
14. Trabalhadores Rurais

Temas das Rodas
Preconceito e Cultura da Paz

A Cultura da Paz é o respeito à vida e à diversidade, com a rejeição da violência e do preconceito. É conviver bem, procurando compreender o outro, é redescobrir a solidariedade e buscar equilíbrio nas relações de gênero, étnicas, sociais, de orientação sexual e religiosa. Mas isso não significa a ausência de conflitos, e sim a busca por solucioná-los por meio do diálogo, do entendimento e do respeito à diferença.

Espiritualidade e Diversidade Religiosa

A aceitação da diversidade cultural inclui aceitar, também, a multiplicidade de crenças e práticas religiosas, pois todas elas são manifestações culturais. Infelizmente, a convivência harmônica entre as diferenças humanas, especialmente a diversidade religiosa, ainda é um dos maiores desafios do mundo contemporâneo. Por isto, o respeito à diversidade cultural é condição indispensável para a plena realização dos direitos humanos e das liberdades fundamentais.

Economia da Diversidade Cultural

A cultura tem um valor estratégico para o desenvolvimento econômico, social e sustentável de cada região. A força simbólica e a dinâmica econômica da diversidade das expressões culturais produzem o aprofundamento da cidadania, a qualificação de ambientes sociais e a sustentabilidade. Outras dimensões, além da econômica, precisam ser contempladas, tais como a subsistência, a criação, o afeto, a participação, o ócio, a proteção, a identidade e a liberdade.

Diversidade Cultural e Saúde

Cada grupo social possui seus próprios saberes e práticas de promoção e recuperação da saúde. Reconhecer essa diversidade significa fortalecer as identidades e propiciar o bem estar social e a saúde de todos, pois ao viver plenamente sua cultura, cada indivíduo fortalece sua identidade, o que contribui para sua saúde física e mental.

Tradição, Memória e Transmissão de Saberes

O dinamismo da vida sempre coloca as sociedades na presença umas das outras, numa interação que as transforma. A cultura está ligada à tradição na medida em que seus conteúdos (bens, saberes e conhecimentos) passam de uma geração para outra, dentro do mesmo grupo, ou de um grupo para outro. Esses processos de transmissão, fundamentais para a reprodução sociocultural de uma comunidade, devem ser incentivados e fortalecidos, visando à manutenção e atualização dos saberes, práticas e instituições. Os idosos desempenham importante papel nesse sentido, e devem ser valorizados como detentores de conhecimentos valiosos e da memória viva de sua comunidade.

Diversidade Cultural e Meios de Comunicação

As atividades relacionadas à informação estão adquirindo importância crescente. A produção, difusão e acesso às informações tornam-se condição essencial para o exercício das liberdades civis, políticas, econômicas, sociais e culturais. A democratização e barateamento das tecnologias permite um avanço alternativo para a difusão da cultura.

Mulheres e Diversidade Cultural

A eqüidade de gêneros é um dos pilares da cultura de paz, que se fundamenta nos princípios de solidariedade e no respeito à vida, aos direitos individuais e ao pluralismo. Assim, a promoção da igualdade de direitos entre mulheres e homens requer atenção, dentre outros aspectos, à diversidade cultural. Diante da desigualdade de espaços e oportunidades dados aos homens e mulheres, é importante fortalecer e dar visibilidade às manifestações culturais realizadas por mulheres ou sobre mulheres.

Educação para a Diversidade Cultural

Os processos formais de educação, em nosso país, têm sido marcado pela homogeneização dos saberes em torno de competências tidas como “necessárias” para a modernidade. Uma educação escolar voltada para a incorporação da diversidade no cotidiano pedagógico deve contemplar a pluralidade cultural nas propostas curriculares. A valorização da diversidade requer a superação de estereótipos e preconceitos nas práticas pedagógicas, indo além do desenvolvimento de valores como “tolerância” e “apreciação” da diversidade. É necessário, ainda, construir práticas de transmissão que valorizem não apenas os conhecimentos acadêmicos, mas também os saberes tradicionais.

Programação das Rodas de Convivência

Dia 05 de setembro de 2010, domingo
Local: Fundição Progresso
Horário: 09h30 às 12h30

Sala 1 – Preconceito e Cultura da Paz
Depoimentos: Culturas Populares, Pessoas com Deficiência, LGBT, Trabalhadores Urbanos

Sala 2 – Espiritualidade e Diversidade Religiosa
Depoimentos: Povos Indígenas, Saúde Mental, Comunidades Tradicionais de Terreiro, Cultura de Infância

Sala 3 – Economia da Diversidade Cultural
Depoimentos: Trabalhadores Rurais, Movimento Hip Hop, Pessoas Idosas, Povos Ciganos

Sala 4 – Diversidade Cultural e Saúde
Depoimentos: Movimento Hip Hop, Pessoas Idosas, Mulheres, Povos Ciganos

Sala 5 – Tradição e Memória e Transmissão de saberes
Depoimentos: Culturas Populares, Comunidades Tradicionais de Terreiro, Povos Indígenas, Mulheres

Sala 6 – Diversidade Cultural e Meios de Comunicação
Depoimentos: Pessoas Idosas, Comunidades Tradicionais de Terreiro, Pessoas com Deficiência, Trabalhadores Urbanos

Sala 7 – Mulheres e Diversidade Cultural
Depoimentos: Culturas Populares, Movimento Hip Hop, LGBT, Cultura de Infância

Sala 8 – Educação para a Diversidade Cultural
Depoimentos: Trabalhadores Rurais, Trabalhadores Urbanos, LGBT, Povos Ciganos

Horário: 14h30 às 18h30
(16h às 16h30 – intervalo para merenda)

Sala 1 – Preconceito e Cultura da Paz
Depoimentos: Povos indígenas, Movimento Hip Hop, Comunidades Tradicionais de Terreiro, Mulheres, Idosos

Sala 2 – Espiritualidade e Diversidade Religiosa
Depoimentos: LGBT, Idosos, Pessoas com deficiência, Trabalhadores Rurais, Povos ciganos

Sala 3 – Economia da Diversidade Cultural
Depoimentos: Culturas Populares, Cultura de infância, Saúde Mental, Trabalhadores Urbanos, Mulheres

Sala 4 – Diversidade Cultural e Saúde
Depoimentos: Povos indígenas, Pessoas com deficiência, Comunidades Tradicionais de Terreiro, Trabalhadores Rurais, Culturas Populares

Sala 5 – Tradição e Memória e Transmissão de saberes
Depoimentos: Povos ciganos, LGBT, Crianças, Movimento Hip Hop, Trabalhadores urbanos

Sala 6 – Diversidade Cultural e Meios de Comunicação
Depoimentos: Culturas Populares, Povos indígenas, Saúde Mental, Mulheres, Cultura da Infância

Sala 7 – Mulheres e Diversidade Cultural
Depoimentos: Povos Ciganos, Idosos, Trabalhadores Urbanos, Comunidades Tradicionais de Terreiro, Povos indígenas

Sala 8 – Educação para a Diversidade Cultural
Depoimentos: Cultura da Infância, Movimento Hip Hop, Saúde Mental, Mulheres, Comunidades Tradicionais de Terreiro

Dia 06 de setembro de 2010, segunda-feira
Local: Fundição Progresso
09h às 12h – Mesa: A Integração da Diversidade Cultural na América do Sul, com representantes dos países do Mercosul Cultural

14h30 às 18h30
(16h às 16h30 – intervalo para merenda)

Sala 1 – Preconceito e Cultura da Paz
Depoimentos: Povos Ciganos, Cultura da Infância, Saúde Mental, Trabalhadores Rurais

Sala 2 – Espiritualidade e Diversidade Religiosa
Depoimentos: Culturas Populares, Movimento Hip Hop, Trabalhadores Urbanos, Mulheres

Sala 3 – Economia da Diversidade Cultural
Depoimentos: Povos Indígenas, LGBT, Pessoas com Deficiência, Comunidades Tradicionais de Terreiro

Sala 4 – Diversidade Cultural e Saúde
Depoimentos: LGBT, Cultura da Infância, Saúde Mental, Trabalhadores Urbanos

Sala 5 – Tradição e Memória e Transmissão de saberes
Depoimentos: Movimento Hip Hop, Pessoas com Deficiência, Saúde Mental, Trabalhadores Rurais

Sala 6 – Diversidade Cultural e Meios de Comunicação
Depoimentos: Povos Ciganos, Cultura da infância, Movimento Hip Hop, Trabalhadores Rurais

Sala 7 – Mulheres e Diversidade Cultural
Depoimentos: Pessoas com Deficiência, Saúde Mental, Trabalhadores Rurais, Mulheres

Sala 8 – Educação para a Diversidade Cultural
Depoimentos: Culturas Populares, Povos indígenas, Idosos, Pessoas com Deficiência

Sobre Instituto Enraizados

O Instituto Enraizados é uma organização de hip hop, nossa "rede" integra hoje 17 organizações que compartilham conhecimento, capacitação e articulação para militância cultural nas periferias dos grandes centros. Lutamos pelo acesso a produção, a expressão e a valorização das diferentes manifestações culturais, fortalecendo o ativismo cultural e o protagonismo juvenil. O hip hop, o audiovisual, as rádios comunitárias e a produção de mídias são elementos que formam e fortalecem a ajuda mútua dos jovens envolvidos.

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