quinta-feira, 7 novembro, 2024
Spírito Santo

Spírito Santo põe Prêmio Funarte Arte Negra sob suspeita

Hoje, garimpando pela internet – sem querer – encontrei o resultado do edital Prêmio Funarte Arte Negra, e vi que o resultado final foi divulgado no começo de setembro. Estranhamente, eu, que sempre achei que estava bastante antenado sobre esses editais, não tinha visto nada a respeito.

Sendo assim, publiquei no meu perfil do facebook afim de alertar outros amigos que possívelmente – assim como eu – também não estivesse sabendo do resultado. Para meu estranhamento, acho que somente eu não sabia, pois meu camarada Totti Satchingongue comentou no meu post dizendo que o resultado deste edital estava dando o maior caô.

Comecei a pesquisar mais na internet e vi que a minha pontuação havia sido 8.0. Até aí tudo bem, um dia a gente ganha e um dia a gente perde.

Voltei no facebook e vi que o Totti havia deixado uns links – que vou disponibilizar no final deste post. Um deles me levava para o site Afropress.Com, e lá havia um dossiê do músico carioca Antonio José do Espírito Santo, do Grupo Vissungo, mais conhecido por Spírito Santo. Ele levantou vários questionamentos e apontou um monte de gente com ligações suspeitas com o governo, projetos que não tem nada a ver com Arte Negra e o pior, um monte de proponente branco.

O situação mais estranha que Spírito Santo chamou atenção foi para o fato de que apenas os 33 projetos contemplados obtiveram nota 100 e num edital concorrido como este, com mais de 3000 projetos inscritos, seria muito difícil que cerca de 18 avaliadores chegassem a conclusão que justamente esses 33 – MARAVILHOSOS – projetos tivessem nota máxima em todos os critérios. Spírito achou isso tudo no mínimo suspeito e foi “investigar”. Ele foi fundo.

Não sei até que ponto isso pode ser comprovado, mas muita coisa que o mano escreveu eu sei/sinto que é verdade, outras eu não tenho conhecimento, mas de qualquer forma me deu um nojo grande desse processo, porque me debrucei durante semanas, disponibilizei o Espaço Enraizados para a formação de artistas negros da região, mobilizei um monte de gente, resumindo, me senti usado, e envergonhado por ter feito tanta gente acreditar nesta merda de edital.

Vejam vocês mesmos os links abaixo, deixem comentários, e tragam mais infos:

01) Dossiê do Titio;

02) Músico carioca põe sob suspeita o Prêmio Funarte Arte Negra;

 

Sobre Dudu de Morro Agudo

Rapper, educador popular, produtor cultural, escritor, mestre e doutorando em Educação (UFF). Dudu de Morro Agudo lançou os discos "Rolo Compressor" (2010) e "O Dever Me Chama" (2018); é autor do livro "Enraizados: Os Híbridos Glocais"; Diretor dos documentários "Mães do Hip Hop" (2010) e "O Custo da Oportunidade" (2017). Atualmente atua como diretor geral do Instituto Enraizados; CEO da Hulle Brasil; coordenador do Curso Popular Enraizados.

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3 comentários

  1. Não sei muita coisa sobre o assunto, mas… Que há algo muito estranho e sinistro por trás disso, isso há!

  2. Leia o primeiro link mano, tu vai ficar de bobeira. O Titio parece o Átomo falando, ele explana geral.

  3. “Estranhamente, eu, que sempre achei que estava bastante antenado sobre esses editais, não tinha visto nada a respeito.”

    Na dúvida sobre estar ou não antenado, acesse todos os dias o site da Funarte e veja se há alguma novidade.

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