quinta-feira, 7 novembro, 2024

Um “Dia da Rima” com direito a rodas de samba e de rap no Enraizados

Image--00006
Roda de Samba no Dia da Rima

Dia 27 de dezembro começou quente, com os termômetros ultrapassando os 40 graus. Acordei cinco horas da manhã por pura ansiedade e três horas depois eu já estava no Espaço Enraizados para produzir o evento.

Junto com Samuca Azevedo fiz o planejamento, dividimos as tarefas e depois disso colocamos a mão na massa. A galera foi chegando aos poucos. MC CS e Babu chegaram cedo e já ajudaram montar as tendas. Dumontt estava na contenção ajudando no que era necessário.

Minha sogra chegou 11 horas como combinado, meu pai um pouco depois. Como um mosaico nossa equipe ia se formando e se transformando em guerreiros. O sol não dava refresco.

Bruno Thomassin
Bruno Thomasim fazendo as imagens para o documentário

Acendemos a churrasqueira e decidi abrir a primeira cerveja e esperar a galera chegar. Foram chegando aos poucos. Bruno Thomassim chegou com sua esposa (minha madrinha) Jane e disse que iria fazer um documentário sobre o Dia da Rima, como havíamos combinado. Marcão Baixada chegou com a Dani, ele era um dos responsáveis pelas gravações.

Petter MC chegou com a Cris e com o João Bazilio e toda a rapa de São Paulo.

Derrepente fui abordado por três jovens da minha comunidade que queriam fazer uma matéria sobre o Dia da Ria, são filhos de amigos meus de infância. Fiquei muito feliz que a molecada está interessada pela comunicação, mas até agora não consegui achar o link com o video que eles fizeram.

Depois disso houve uma explosão de gente chegando, de todas as idades, mas a molecada reinou. Adolescentes e jovens com fones de ouvido, escrevendo compulsivamente suas rimas. Muita gente me perguntava muita coisa. Eu quase não consegui terminar a letra de rap que eu estava escrevendo. Decidi me dedicar ao suporte. Ajudando a galera a gravar e controlando a entrada e saída do estúdio.

Chegaram Slow da BF, Poeta, Kapella, Kall Gomes, Átomo, Ualax e muitos outros MCs.

Image--00042
Molecada escrevendo compulsivamente.

Gravamos muuuuuuuitos raps, não deu tempo de rolar os pocket shows que eu havia planejado, mas a galera deu um jeito de improvisar uma roda de rap de um lado, uma roda de samba de outro lado e um mini sarau.

A galera gravou das 18 horas até às 02 horas da manhã, sem parar.

Em janeiro vou lançar o álbum virtual e correr atrás das grana para lançar um CD físico, mas lembrando que pra mim o que interessa é o processo e foi ótimo.

O que vocês acharam?

VEJA AQUI TODAS AS FOTOGRAFIAS DO EVENTO

Sobre Instituto Enraizados

O Instituto Enraizados é uma organização de hip hop, nossa "rede" integra hoje 17 organizações que compartilham conhecimento, capacitação e articulação para militância cultural nas periferias dos grandes centros. Lutamos pelo acesso a produção, a expressão e a valorização das diferentes manifestações culturais, fortalecendo o ativismo cultural e o protagonismo juvenil. O hip hop, o audiovisual, as rádios comunitárias e a produção de mídias são elementos que formam e fortalecem a ajuda mútua dos jovens envolvidos.

Além disso, veja

De Jay-Z a Palmares: As histórias por trás do “Galo de Luta”

Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como "Galo de Luta", compartilha sua jornada desde a infância até se tornar um ativista e artista de rap. Inicialmente apelidado de "Sete Galo" devido à famosa moto CBX 750, sua vida foi marcada por desafios e confrontos com a realidade da periferia. Inspirado por figuras como Mano Brown e Malcolm X, Paulo encontrou no rap e na leitura uma maneira de expressar suas ideias e buscar uma transformação pessoal e social. Apesar das dificuldades, sua busca por identidade e consciência o levou a se tornar o "Galo de Luta", um símbolo de resistência e luta por justiça social.

Deixe um comentário