Sei que pode parecer piegas, mas o número de crianças e pré-adolescentes que estão começado a adentrar no mundo do álcool é cada vez maior, tanto que em vários países a questão está sendo tratada como problema de saúde pública.
Alguns devem pensar: “Eu sempre bebi álcool, mas nem por isso sou dependente, nem possuo alguma doença relacionada”. Mas é justamente esse o pensamento que muitas pessoas que hoje travam uma guerra para se livrar desse mal tinham.
O problema é que a dependência vem na surdina, aos poucos, e quando você percebe a dependência já se instalou, como um vírus de computador.
Saiba que 02 latinhas de cerveja desencadeiam os primeiros sintomas no cérebro, e levamos cerca de 01 hora para processar 14 mg de álcool no sangue.
Vamos verificar agora uma simulação da quantidade de álcool no sangue e seus efeitos:
30 mg de álcool por decilitro de sangue
Efeitos: Euforia e excitação tomam conta do cérebro.
50 mg de álcool por decilitro de sangue
Efeitos: Redução da coordenação motora e alteração do humor, ação da fase 02 no cérebro.
100 mg de álcool por decilitro de sangue
Efeitos: Perda da concentração, perda acentuada dos reflexos, tontura.
200 mg de álcool por decilitro de sangue
Efeitos: Náusea, vômito, fala embolada, visão dupla, confusão mental.
400 mg de álcool por decilitro de sangue
Efeitos: Insuficiência respiratória, sensação de anestesia, coma e possibilidade de morte. (Nesse estágio a internação urgente se faz extremamente necessária)
Nota: Muitos jovens evitam a internação por medo da represália dos pais, erro esse que causa muitas mortes no Brasil, em todas as classe sociais.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o álcool mata 320 mil jovens por ano no Brasil, e está entre as principais causas de morte e doenças relacionadas.
São mais de 60, os tipos de doenças ligadas ao uso precoce do álcool.
Para as crianças e adolescentes, ultrapassar 30 gramas de álcool são suficientes para causar danos ao fígado, ao pâncreas, ao estômago e ao coração.
Isso porque a substância gerada na ingestão do álcool, o ácido acético, é um veneno que mata as células sadias do fígado e os neurônios.
Enquanto você ingere álcool, no seu intestino 75% das moléculas de álcool entram no seu sangue logo após a primeira golada, e dependendo do alimento em seu estômago, ou da falta dele, a manifestação dos sintomas são aceleradas, portanto quem bebe de estômago vazio, tá lascado.
Quando entra na corrente sanguínea, as moléculas de álcool são transportadas para todos os tecido que possuem células com alta concentração de água como cérebro, fígado, coração e rins.
Nesse processo a água do seu corpo é utilizada para processar o álcool no organismo, por isso quando você acorda de ressaca, tu pensa logo em beber toda a água disponível no mundo. No fígado 90% é metabolizado (quebrado em partes menores para facilitar a eliminação). O fígado processa por hora o equivalente a uma lata de cerveja, e o restante vai para outros órgãos. Você passa a urinar mais devido à sobrecarga nos rins, no cérebro é que a coisa fica legal, uma quantidade imensa de serotonina (hormônio que regula o prazer) é liberada, por isso aquela sensação de bestão, que pode fazer qualquer coisa, e se aumentar a ingestão de bebida, aí é um Deus nos acuda.
Enquanto isso no seu estômago os ácidos gástricos começam a se irritar causando enjoo e então o famoso “Vomitão”.
Mas não pense que isso é tão ruim, apenas esteticamente é claro, mas isso é uma defesa natural do corpo que está expelindo o excesso que você teimosamente insiste em por para dentro.
Então temos que ter o mínimo de informação para não dar esses moles, nós sabemos que os jovens quando querem se enturmar passam por certos momentos em que o álcool faz parte da rotina, mas na boa, se tu não quer não faça, por mais que seja difícil esse é um momento em que todos passaram ou vão passar, por isso a informação é a melhor arma.
Saca só, segundo a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), 80% dos adolescentes bebem regularmente e 20% são dependentes de álcool.
Esses números estão assim porque o consumo é quase 100% estimulados dentro de casa, os pais ficam horrorizados quando descobrem que o filho(a), fumou um cigarro de maconha, ou tomou uma “balinha”, mas relevam quando esses mesmos jovens chegam em casa bêbados.
Diferenças na menina e menino
A mulher tem um padrão de absorção mais rápido, isso porque naturalmente elas tem mas gordura e menos água no corpo, por isso a concentração de álcool será maior na menina.
Resumindo: Se um menino e uma menina com a mesma estatura e peso ingerirem a mesma quantidade de álcool, a concentração será maior nela.
Outro engano é pensar que as bebidas alcoólicas com sabor e doces, são menos agressivas, elas possuem um teor alcoólico maior que a cerveja.
E nas meninas o abuso do álcool pode provocar: Proliferação de doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada e em alguns casos os meninos se aproveitam para cometer estupro em meninas alcoolizadas.
Para se ter uma ideia do problema, seria muito mais barato para o sistema de saúde público ou privado, realizar campanhas educativas e de prevenção com crianças e adolescentes, do que tratar depois as consequências do álcool como: Doenças, crimes, acidentes, violência doméstica, mas parece que nossos governantes que “sabem tudo”, não enxergam dessa maneira.
Pergunte a seu candidato como ele vê essa questão.